Da série Sagrados e Consagrados
Eu escolho a palavra ponte.
Faz uma chave, mesmo pequena,
entra na casa.
Consente na doçura, tem dó
da matéria dos sonhos e das aves.
Invoca o fogo, a claridade, a música
dos flancos.
Não digas pedra, diz janela.
Não sejas como a sombra.
Diz homem, diz criança, diz estrela.
Repete as sílabas
onde a luz é feliz e se demora.
Volta a dizer: homem, mulher, criança.
Onde a beleza é mais nova.
(Eugênio de Andrade, Branco no Branco, 1984)
imagem: oorringetje - Gerard van de Weerd
Faz uma chave, mesmo pequena,
entra na casa.
Consente na doçura, tem dó
da matéria dos sonhos e das aves.
Invoca o fogo, a claridade, a música
dos flancos.
Não digas pedra, diz janela.
Não sejas como a sombra.
Diz homem, diz criança, diz estrela.
Repete as sílabas
onde a luz é feliz e se demora.
Volta a dizer: homem, mulher, criança.
Onde a beleza é mais nova.
(Eugênio de Andrade, Branco no Branco, 1984)
imagem: oorringetje - Gerard van de Weerd
4 Comentários:
Lindo, lindo! Beijo.
zfeu nem sabia, mas era de Branco no Branco que eu precisava hoje.
opssss.
zfeu?
não, né.
eu!
Eugénio sempre lindo...
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