quarta-feira, dezembro 13, 2006

Desgarrados (Da Série Canções do Exílio)


Eles se encontram no cais do porto, pelas calçadas
Fazem biscates pelos mercados, pelas esquinas
Carregam lixo, vendem revistas, juntam baganas
E são pingentes nas avenidas da capital

Eles se escondem pelos botecos, entre os cortiços
E pra esquecerem contam bravatas, velhas histórias
E então são tragos, muitos estragos por toda a noite
Olhos abertos
O longe é perto
O que vale é o sonho

Sopram ventos desgarrados carregados de saudade
Viram copos, viram mundos
Mas o que foi nunca mais será...

Cevavam mate, sorriso franco, palheiro aceso
Viravam brasas, contavam causos polindo esporas
Geada fria, café bem quente, muito alvoroço
Arreios firmes e nos pescoços lenços vermelhos

Jogo do osso, cana de espera e o pão de forno
O milho assado, a carne gorda, a cancha reta
Faziam planos e nem sabiam que eram felizes
Olhos abertos
O longe é perto
O que vale é o sonho

Sopram ventos desgarrados carregados de saudade
Viram copos, viram mundos
Mas o que foi nunca mais será...

(Sérgio Napp e Mário Barbara)
Imagem: Paulo Vaz
 

4 Comentários:

Blogger Edgar Aristimunho disse...

Vontade de reler Aureliano de Figueiedo Pinto
Vontade de rever minha amiga.

13/12/06 22:37  
Anonymous Anônimo disse...

Bonito cuando se avandona la vida al placer y todo está dispusto para gozar infinitamente, un grande beso para voce miquerida Galucia.

Desde Chile.

Héctor.

15/12/06 17:19  
Anonymous Anônimo disse...

Cara:
Creio que te enganas quando mencionas o Rassier como autor dessa maravilhosa letra ("Desgarrados"), pois, pelo que me consta, ela é de autoria do Sérgio Napp e do Mário Barbará.
Grande abraço.
/Mingo.
PS: Adoro o teu blog.

27/12/06 09:48  
Blogger Gláucia disse...

Obrigada, Mingo.
Já alterei. Valeu.
Um bj

28/12/06 13:51  

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