Os Girassóis da Rússia ( Da série Cartas Reenviadas)
Saberei colar as partes que precisam ser coladas. Hei de saber. Afinal, não são tantas. Alguns estragos são irremediáveis. Mas talvez só nos apercebamos deles ao depois, quando "o tempero da vida" se foi, os morangos já mofaram, a última estrela se despediu.
Ao saber da morte de Rainer, Marina escreveu: "(...)Je ne veux pas relire tes lettres, sinon je ne voudrai plus "vivre" (ne le "pourrai" plus? Je "peux" tout - c'est ne pas de jeu), je voudrais te rejoindre, pas rester ici. (...) Très cher, fais que je rêve de toi quelquefois. (...)" Sinto as vezes um forte desejo de dormir para sonhar que vos encontro. Que abraço meu pai; que podemos brincar ainda; que estás perto; que é quase; não nunca. Saber nunca me dilacera. Saber nunca acaba comigo. Quantos nunca? Qual nunca? Nunca foi é o pior de todos os nuncas. Certa vez disse que sentia diferentes saudades do pai, da Tuca e do André. Ele era sem ponte, era meu nunca mais. Mas eles eram espera.
Contou-me uma amigo que em Portugal há vastas plantações de girassóis, belíssimas, que causam intenso impacto estético. Eles não são colhidos. São deixados a morrer. E, como já disse a Tíccia, "morrer à míngua é a pior morte que tem". Ainda mais para quem passou a vida buscando a luz...
Os girassóis da Rússia (Sophia Loren e Marcello Mastroianni) foram a imediata associação que fiz. Antiqüíssimo. Triste.... Pouco importa quão grande tenha sido o amor, ele pode se perder na memória. Será que meu nome ainda queria dizer alguma coisa a ele? Que evocaria esse nome escolhido, antes mesmo que ele soubesse que queria dizer, também, essa flor: papoula?
Ao saber da morte de Rainer, Marina escreveu: "(...)Je ne veux pas relire tes lettres, sinon je ne voudrai plus "vivre" (ne le "pourrai" plus? Je "peux" tout - c'est ne pas de jeu), je voudrais te rejoindre, pas rester ici. (...) Très cher, fais que je rêve de toi quelquefois. (...)" Sinto as vezes um forte desejo de dormir para sonhar que vos encontro. Que abraço meu pai; que podemos brincar ainda; que estás perto; que é quase; não nunca. Saber nunca me dilacera. Saber nunca acaba comigo. Quantos nunca? Qual nunca? Nunca foi é o pior de todos os nuncas. Certa vez disse que sentia diferentes saudades do pai, da Tuca e do André. Ele era sem ponte, era meu nunca mais. Mas eles eram espera.
Contou-me uma amigo que em Portugal há vastas plantações de girassóis, belíssimas, que causam intenso impacto estético. Eles não são colhidos. São deixados a morrer. E, como já disse a Tíccia, "morrer à míngua é a pior morte que tem". Ainda mais para quem passou a vida buscando a luz...
Os girassóis da Rússia (Sophia Loren e Marcello Mastroianni) foram a imediata associação que fiz. Antiqüíssimo. Triste.... Pouco importa quão grande tenha sido o amor, ele pode se perder na memória. Será que meu nome ainda queria dizer alguma coisa a ele? Que evocaria esse nome escolhido, antes mesmo que ele soubesse que queria dizer, também, essa flor: papoula?
7 Comentários:
Bom dia, Gláucia. Ando afobada com o trabalho, assim que puder envio um mail. Obrigada grande. Beijos gordos :))
Girasoles grandes, luminosos y fuertes, siempre destacan y no pasan inadvertidos, pero, igual se marchitan... Un abrazo Gláucia.
Papalagui,
mereces. Como já te disse outra vez, a ajuda que a leitura do teu blog me proporcionou é incomensurável. Bjs
Héctor, querido,
Mesmo sabendo que 'marchitan', te repito um escritor brasileiro que amo muito, "Essa morte constante das coisas é o que mais me dói."
Besos
Glau, também sinto esta vontade de dormir para sonhar e "reencontar"... Que doido isto!
Acho que não é doido. É certo. É um jeito de sentir a presença que, acordado, a gente sabe que perdeu pra sempre.
Oh Gláucia, ando sempre correndo. Aqui fica um mail meu mrs.spock@clix.pt. Bjs grandes e boa semana :)
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