quarta-feira, março 14, 2007

Simbolizações I


"Nosso tema de hoje é neuroses infantis ou infância da neurose, ou da placa giratória a espera do sintoma. Já temos dito mais de uma vez que o modo como a espécie humana funciona requer necessariamente da palavra, da ordem da palavra e que a palavra, para ela produzir seus efeitos estruturantes em plenitude, precisa funcionar como significante. Ou seja, não meramente como um signo fonado ou escrito, que refere um pequeno cojnunto de significações, mas como um traço sob o qual se alojam infinitos significados.
Existe um número limitado de palavras em cada língua. Por outro lado, os significantes são por definição infinitos, já que o mesmo signo lingüistico pode albergar infinitas significações, sendo que essas significações dependem, para sua determinação, da posição que o significante tem na série de significantes.

(...)

Para Freud a matriz simbólica é equivalente à matriz edípica. Ele toma o mito de Édipo, a obra de Sófocles - Édipo rei - e a constitui na posição de mito explicativo do ordenamento do gozo humano. Nessa obra, ele percebe que a persistência de sua atualidade através de séculos, ou seja, o que mantém o interesse das sociedades humanas nessa obra é precisamente que ela traduz algo que fica oculto na subjetividade que é: como se ordena o desejo. Aquilo que ordena o desejo e como ele se ordena fica oculto por uma operação de recalque, que faz com que o sujeito humano não possa perceber as causas, mas viva de acordo com os efeitos.

(...)

alfredo jerusalinsky: relendo as identificações primárias (seminário proferido em 20/08/2001), publicado

2 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

Jerusalinsky é MUITO bom. :)

18/3/07 20:27  
Blogger Gláucia disse...

Quero postar o texto todo, mas não tô achando tempo pra digitar. É muito bom, mesmo.
bj

22/3/07 21:20  

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