quinta-feira, dezembro 29, 2005

Estrada afora (Da Série Hai-Kai)


Não tenho país
Nem casa nem riqueza
E como me sinto bem!


(Rogério Martins)

Imagem: Nuno Teixeira Lopes

3 Comentários:

Blogger Tuca disse...

Esta coisa do exílio, de ser uma "triste desterrada", como dizia Plabo Neruda, é um tanto ambígua em mim. Porque ao mesmo tempo em que sinto-me meio apátrida, carrego minha pátria comigo. Antítese pura. Apesar da distância da minha terra, da minha gente, e da constante vontade do retorno, percebo que o que sinto é uma saudade do que já se foi, do que já não é - da cidade que já ganhou outra paisagem; da casa que já foi remodelada, e já não é mais minha; da família que já não há, senão seus fragmentos; dos amigos que já não estão. E cada vez mais tenho a certeza de que a minha casa agora é onde estou, e que minha família agora é quem está comigo... E quando voltar, estarei voltando a uma outra terra, distinta da que deixei quando parti.

29/12/05 14:50  
Anonymous Anônimo disse...

Eu não tenho terra porque quero ter/ser o/do mundo todo.
Eu não tenho casa minha, porque ela é de todos "os meus" refúgio, fonte onde se vai/vem beber o líquido regenerador, mundo.
Mas eu tenho a riqueza toda, porque há os amigos, as letras e a música, as viagens de e para nós, há o amor-paixão-amor que tudo pode e faz mover.

30/12/05 08:20  
Blogger Tuca disse...

Querida Elisa, meus conceitos de casa (lar), terra (pátria) e riqueza (tesouros) têm mudado nestes últimos anos, desde que me pus no mundo, desde que me fiz andarilha. O hai-kai traduz muito do que sinto. E hoje tudo o que sou, estou e tenho, trago dentro de mim.

30/12/05 10:34  

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