Tíccia (Da série Parabéns a Você)
Eu nunca vou esquecer do dia em que a conheci; do modo como tudo aconteceu; do impulso e da coragem repentina que me moveram a levantar o fone do gancho e convidá-la a um café. Queria mostrar o que andava escrevendo. E morria de medo de fazê-lo. Diante dela me apresentei com aquela insegurança taquicardíaca que os ídolos provocam. Queria que ela me dissesse se o que vinha alinhavando era poesia ou surto. Ela percebeu o surto de cara; a poesia possível também. Mas eu só soube que ela tinha gostado do que havia lido mais tarde, no Megeras. De mim ela gostara; percebi no jeito. E aconteceu a primeira de uma sequência de magias: nos olhos dela eu vi um carinho que tenho dificuldade de reconhecer em outros. Passamos a tomar "porres de café expresso". Porres confessionais, literários, permeados por uma necessidade de respirar profundidades, que mesmo que as palavras não alcancem, não podemos cessar de buscar. Eu, véspera de naufrágio. Quando comecei a bater braços e pernas desesperadamente, na certeza de que me afogaria, ela me estendeu a mão, me trazendo à tona. De lá pra cá foram muitos porres de café expresso, uma mão que nunca cessa de estar estendida, um amor que alcança minha filha...
Ela é uma das mulheres mais corajosas que já conheci. Uma das minhas poetas preferidas. E, sobretudo, uma grande amiga. Tí, te amo. Feliz Aniversário.
Ela é uma das mulheres mais corajosas que já conheci. Uma das minhas poetas preferidas. E, sobretudo, uma grande amiga. Tí, te amo. Feliz Aniversário.
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