Desonra - Coetzee
Desonra começa quando a vida patética de David Lurie, um professor universitário metódico e distante, dá uma grande virada. Sua vida sexual, que era "resolvida" com a visita semanal a uma prostituta, muda de rumo quando esta deixa de vê-lo. Ele se envolve com uma aluna, o caso vem à tona como um escândalo pintado com os matizes do politicamente correto. Lurie perde o cargo de professor ao se negar a fazer o "mea culpa" e a se humilhar da forma como a Comissão de Sindicância exigia que fizesse. Mas isso é só o começo. Ele vai para o interior, passar um tempo com a filha que tem uma fazenda. Aí a ambientação do romance passa a ser o meio rural da África do Sul pós-apartheid, numa sucessão de pequenas e grandes desgraças. Num estilo seco, no qual o que há de mais significativo sequer é nomeado, Coetzee vai presentificando um grande peso, uma tristeza irremediável, uma conformidade com o inexorável e uma impotência mansa, tudo aos sussurros.
Grande Coetzee. E eu já tinha gostado do Mestre de Petesburgo...
Marcadores: África do Sul, lidos, literatura, livros
2 Comentários:
Desonra e um soco no estomago. Melhor livro que li nos ultimos dois anos. Adoro Sophia tambem. Acho que vou voltar por aqui...
E ontem acabei de ler À Espera dos Bárbaros. É outro soco no estômago, guria. O cara é demais. Tô viciada.
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