Anúncio de uma saudade (Da série bem-me-quer, mal-me-quer)
Não sei quando foi a primeira vez que te vi. Mas das primeiras imagens que retive, é nítida a lembrança de que trazias no fundo dos olhos azuis uma ternura latejante. Aparente calmaria frequentemente desmentida em ocasiões que não me passaram despercebidas. Uma ou duas alegrias comuns fizeram nossos olhos se cruzarem. Nos despedimos para um período de quinze dias. Senti, naquele instante, o anúncio de uma saudade que está comigo agora, quando espreito a solidão da tua sala vazia. Deixo que meus olhos se percam nas águas do rio, aparente calmaria azulejante...
Imagem: Manuela Viola
2 Comentários:
Glau,
Tenho estado meio letárgica nos últimos dias. Adorei este texto.
No finalzinho tenho a impressão que o olhar busca a calma onde sabe que não vai encontrar.
Também achei que no finalzinho ela quer dizer que está procurarando por ele - e já sabe que a calmaria é só aparente
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