sexta-feira, fevereiro 03, 2006

Soneto Inglês (Da série Sagrados e Consagrados)


Como o silêncio do punhal num peito,
O silêncio do sangue a converter
Em fio breve o coração desfeito
Que nas pedras acaba de morrer,

Vive em mim o teu nome, tão perfeito
Que mais ninguém o pode conhecer!
É a morte que vivo e não aceito;
É a vida que espero não perder.

Viver a vida e não viver a morte;
Procurar noutros olhos a medida,
Vencer o tempo, dominar a sorte,

Atraiçoar a morte com a vida!
Depois morrer de coração aberto
E no sangue o teu nome já liberto...

(Alexandre O'Neill, Poesias Completas)

Imagem: Yumiko Ichikawa

4 Comentários:

Blogger Tuca disse...

Estive fora uns dias... Problemas no computador, não conseguia conectar. Lindo este poema. Beijos.

5/2/06 14:49  
Blogger Gláucia disse...

Esse cara é o arraso dos arrasos. Tem outro dele, que o Chico tinha me indicado, que é tão lindo, mas tão lindo. Me fez chorar tanto que fiquei com pena do caro leitor e não postei. Aliás, adivinha o signo dele? Yes, sagitário. Adivinha o signo do Rilke. Yes, sagitário (dia 04, por pouco...). Incrível, que signo...

5/2/06 15:39  
Blogger Tuca disse...

Guria, como tu és convencida!!!!!!!

5/2/06 16:27  
Blogger Miranda disse...

E isso que ela ainda não veio aqui contar que ganhou medalha por classificação na corrida da semana passada. Tá que é um general, só falta sair com as medalhas por aí.

6/2/06 19:12  

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