Soneto Inglês (Da série Sagrados e Consagrados)
Como o silêncio do punhal num peito,
O silêncio do sangue a converter
Em fio breve o coração desfeito
Que nas pedras acaba de morrer,
Vive em mim o teu nome, tão perfeito
Que mais ninguém o pode conhecer!
É a morte que vivo e não aceito;
É a vida que espero não perder.
Viver a vida e não viver a morte;
Procurar noutros olhos a medida,
Vencer o tempo, dominar a sorte,
Atraiçoar a morte com a vida!
Depois morrer de coração aberto
E no sangue o teu nome já liberto...
(Alexandre O'Neill, Poesias Completas)
Imagem: Yumiko Ichikawa
4 Comentários:
Estive fora uns dias... Problemas no computador, não conseguia conectar. Lindo este poema. Beijos.
Esse cara é o arraso dos arrasos. Tem outro dele, que o Chico tinha me indicado, que é tão lindo, mas tão lindo. Me fez chorar tanto que fiquei com pena do caro leitor e não postei. Aliás, adivinha o signo dele? Yes, sagitário. Adivinha o signo do Rilke. Yes, sagitário (dia 04, por pouco...). Incrível, que signo...
Guria, como tu és convencida!!!!!!!
E isso que ela ainda não veio aqui contar que ganhou medalha por classificação na corrida da semana passada. Tá que é um general, só falta sair com as medalhas por aí.
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