Laura Beck Varela (Da série Parabéns a Você)
Amada Laureta,
Ambas sabemos o quanto fazemos falta uma à outra desde que nos despedimos. Nossa intimidade nunca perdida, nosso amor de sempre, nossos encontros esparramados em letras e gargalhadas... Desde que nos separaram o mar e as circunstâncias, quanto aconteceu nas nossas vidas! Foram casamentos, nascimentos, mortes, distanciamentos. Um pouco leste nos meus olhos tristes e nos meus gestos mais lentos e calculados, quando da tua vinda invernal. Outro tanto sabes porque lês minh'alma, não importa a que distância estejamos. Feitas dessa matéria quente que nos prende às palavras e à beleza de forma inarredável, sofremos os revezes da separação sem maiores queixas. Mas nessa circunstância de tentar terminar a dissertação, te revejo todos os dias, te ouço, nos lembro; e sinto uma saudade tão grande, Laureta! Sinto uma saudade tão grande do que fomos juntas, do que me ajudaste a ser, do teu olhar admirado diante das nossas descobertas (C-L-A-A-R-O), das nossas jantas de segunda-feira, da AJA, do HSP, das nossas crenças e esperanças partilhadas. Enfim, sinto saudades de tudo, do meu pai que para sempre, da minha irmã que distante, do André que não em mim, do Alexandre a me olhar. E sinto saudades de ti. Imensas.
Dia desses o Rogério estava dizendo que se estivesses aqui tudo seria muito diferente. Que ele nunca esquece de uma volta de Buenos Aires: estávamos as duas sentadas no tapete da sala, com livros e anotações espalhados por todo chão (não havia espaço para andar), com os olhos esbugalhados de loucas falando sem parar sobre o seminário que havíamos preparado. A mãe dele apavorada com a velocidade de palavras por minuto. Juntas éramos insuportavelmente entusiamadas. Sem ti, me falta esse entusiamo! Acho que ele tem razão: se estivesses aqui tudo seria muito diferente!
Conheci dias atrás (meses, na verdade) mais uma pessoa que cruzou nossos caminhos em tempos distintos, mas de quem sei que guardas as melhores lembranças e por quem tens grande carinho. Só não o cito aqui nominalmente por se tratar de criatura discretíssima, pouco dada a aparições públicas. Mas fiquei a pensar mais uma vez nesses tantos caminhos cruzados e teias de amor em que nossas vidas se transformaram (Marcant, Alexandre, André, Rogério, Henrique, Cláudio, Jorginho, Katarina e Marco, Daniela, Paula, Judith, apenas pra falar de alguns). E nas distâncias que se impuseram. E nas que jamais conseguiram se impor, nem por mar, nem por terra, nem por ar. Como essa, que hoje me faz chorar de saudade. E essa que não há, que me faz saber o que será nosso próximo encontro mais uma vez: o abraço apertado de corpo inteiro, de alma leve, das irmãs que o mundo separa, mas o amor teima sempre em unir.
Perdôa o tom melancólico do que deveria ser um entusiamado feliz cumpleaños. Era pra ser. E é, porque saberás ler o amor que permeia as entrelinhas. Vão aqui também beijos e cumprimentos do Rogério e da Clara.
Ambas sabemos o quanto fazemos falta uma à outra desde que nos despedimos. Nossa intimidade nunca perdida, nosso amor de sempre, nossos encontros esparramados em letras e gargalhadas... Desde que nos separaram o mar e as circunstâncias, quanto aconteceu nas nossas vidas! Foram casamentos, nascimentos, mortes, distanciamentos. Um pouco leste nos meus olhos tristes e nos meus gestos mais lentos e calculados, quando da tua vinda invernal. Outro tanto sabes porque lês minh'alma, não importa a que distância estejamos. Feitas dessa matéria quente que nos prende às palavras e à beleza de forma inarredável, sofremos os revezes da separação sem maiores queixas. Mas nessa circunstância de tentar terminar a dissertação, te revejo todos os dias, te ouço, nos lembro; e sinto uma saudade tão grande, Laureta! Sinto uma saudade tão grande do que fomos juntas, do que me ajudaste a ser, do teu olhar admirado diante das nossas descobertas (C-L-A-A-R-O), das nossas jantas de segunda-feira, da AJA, do HSP, das nossas crenças e esperanças partilhadas. Enfim, sinto saudades de tudo, do meu pai que para sempre, da minha irmã que distante, do André que não em mim, do Alexandre a me olhar. E sinto saudades de ti. Imensas.
Dia desses o Rogério estava dizendo que se estivesses aqui tudo seria muito diferente. Que ele nunca esquece de uma volta de Buenos Aires: estávamos as duas sentadas no tapete da sala, com livros e anotações espalhados por todo chão (não havia espaço para andar), com os olhos esbugalhados de loucas falando sem parar sobre o seminário que havíamos preparado. A mãe dele apavorada com a velocidade de palavras por minuto. Juntas éramos insuportavelmente entusiamadas. Sem ti, me falta esse entusiamo! Acho que ele tem razão: se estivesses aqui tudo seria muito diferente!
Conheci dias atrás (meses, na verdade) mais uma pessoa que cruzou nossos caminhos em tempos distintos, mas de quem sei que guardas as melhores lembranças e por quem tens grande carinho. Só não o cito aqui nominalmente por se tratar de criatura discretíssima, pouco dada a aparições públicas. Mas fiquei a pensar mais uma vez nesses tantos caminhos cruzados e teias de amor em que nossas vidas se transformaram (Marcant, Alexandre, André, Rogério, Henrique, Cláudio, Jorginho, Katarina e Marco, Daniela, Paula, Judith, apenas pra falar de alguns). E nas distâncias que se impuseram. E nas que jamais conseguiram se impor, nem por mar, nem por terra, nem por ar. Como essa, que hoje me faz chorar de saudade. E essa que não há, que me faz saber o que será nosso próximo encontro mais uma vez: o abraço apertado de corpo inteiro, de alma leve, das irmãs que o mundo separa, mas o amor teima sempre em unir.
Perdôa o tom melancólico do que deveria ser um entusiamado feliz cumpleaños. Era pra ser. E é, porque saberás ler o amor que permeia as entrelinhas. Vão aqui também beijos e cumprimentos do Rogério e da Clara.
6 Comentários:
Que bonito, Glau, texto, emoção, e, sobretudo, a tua Amizade. Uma carta de amiga para amiga, que é também uma carta de amor tão linda. Que sorte tem quem tem a sorte de ser teu amigo. Ao lê-la, senti-me algo intrusa, mas fui incapaz de parar e fui até ao fim. Aí, imaginei como se sentiria/sentirá a tua amiga Laureta; imaginei um casulo, envolvente como um abraço, cheio de calor... calor-amor, calor-carinho, calor-humano, calor!
Mas que digo eu? Que sei eu? Acabei de acordar, num domingo, ainda por cima, quase de madrugada ainda... direi tontices só... :o) Muitos beijos, só!!! E, para ti, Laureta, sinceros parabéns, muita felicidade em muitos dias felizes.
E.
Elis,
Uma das coisas mais legais que tenho aprendido com os blogs é que toda beleza que pode ser repartida deve ser repartida. Não és intrusa. És convidada. Na amizade, como diz outra amiga, a gente só multiplica.
Lindo Glau!
Feliz cumpleaños para Frau Lauretta! Ich wunsche Dir alles gute zum Geburtstag!
Tô com saudades....bjs mil, Paula
Lindo.
Niña,
que saudades que estava dos teus comments. Bjs
Gládis,
meu comentário anterior terá caído em algum lugar. Descobrirás. Eu não consegui rastreá-lo de volta, por isso escrevo novamente:
descobri o teu blog por casualidade. Por casualidade? "... un encuentro casual era lo menos casual en nuestras vidas, y (...) la gente que se da citas precisas es la misma que necesita papel rayado para escribirse o que aprieta desde abajo eu tubo de dentrifico" (hihihi).
Vejo que essa entrada no blog se refere a fevereiro, de modo que estou um pouco atrasado... se referia ao aniversário da "Laureta"? Ainda dá tempo de mandar um bj de aniversário para ela?
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