O molho de tomate e a sereia (Da série Utilidade Pública)

A Biba avisa pra tomar cuidado com algumas marcas de molhos de tomate prontos, trazendo uma lista que vc, amiga(o) dona(o) de casa, deve examinar antes de ir às compras. A Associação Brasileira de Defesa do Consumidor examinou trinta marcas, e recomendou o consumo de apenas oito. Saiba mais.

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Egídio, ex-filmes gls, está de blog novo, com aquele gosto que a gente já curtia, de quem sabe sabe de cinema e da vida. O template é do moço do café, o que explica a belezura.

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Volta das férias. Essa quarta-feira foi o retorno ao trabalho, rotina quase normal. "A viagem termina quando encerramos as nossas fronteiras interiores. Regressamos a nós, não a um lugar." (mia couto, o outro pé da sereia - grande livro, aliás, cuja indicação devo a Papalagui)

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Também pude rever a moça bonita do terceiro andar. E fiquei muito feliz com o que vi. Mais ainda com o que ouvi.

Porque Te Vas (Da Série Trilhas Sonoras do Dia)

Porque Te Vas

Hoy en mi ventana brilla el sol
Y el corazón se pone triste
Contemplando la ciudad
Porque te vas...

Como cada noche desperté
Pensando en ti
Y en mi reloj todas las horas vi pensar
Porque te vas...

Toda las promessas de mi amor se irán contigo
Me olvidarás, me olvidarás
Junto a la estación yo lloraré
Igual que un niño
Porque te vas, porque te vas,
Porque te vas, porque te vas...

Bajo la penumbra de un farol
Se dormirán
Todas las cosas que quedaron por decir
Se dormirán
Junto a las manillas de un reloj
Esperarán
Todas las horas que quedaron por vivir
Esperarán

Toda las promessas de mi amor se irán contigo
Me olvidarás, me olvidarás
Junto a la estación yo lloraré
Igual que un niño
Porque te vas, porque te vas,
Porque te vas, porque te vas...

(de J.L. Perales por Jeanette)
imagem: Paulo Miranda

Biografia de Al Berto (Da série Prefácio)

Encontrei e não resisti. É a primeira biografia de Al Berto. Foi lançada no final do ano passado. Não é uma biografia tal como esperava eu. Ou, por outra, como diz Eduardo Pitta, "a biografia não é o forte dos portugueses, isso já a gente sabe. Mas Golgona Anghel (n. 1979) é romena e vai dar no mesmo. Nada a fazer: o género é anglo-americano."

Ainda que não se trate propriamente do que era esperado, a leitura teve, pra mim, grande valor, seja pela presença massiva de textos de entrevistas de Al Berto, seja pela rasa ignorância prévia de dados biográficos. É possível, sim, enxergar o menino Al Berto. Recomendo muito pra todos aqueles que, com eu, gostam da sua poesia.

imagem: daqui,

Cinco coisas... (Fora de Série)

Depois de muita insistência, de muito matutar e a pedido, as cinco coisas que não se sabe a meu respeito:
1. Sou maníaca por limpeza e arrumação (quase TOC - transtorno obsessivo compulsivo).
2. Faço análise sintáctica (mentalmente) enquanto ouço as pessoas falarem.
3. Canto, falo, rio e choro sozinha.
4. Tenho sociofobia.
5. Adoro o outono.

(imagem: Cezinha)

Arroz com pleurotus

A receita inventada nas férias é bem fácil de fazer. Aqui em Lisboa fizemos com arroz basmati (que não sei se vou encontrar em Porto Alegre, acho que ficará bom com o agulhinha - quando chegarmos, na semana que vem, vamos testar). Os ingredientes para quatro pessoas são os seguintes:

500 gr. de cogumelos pleurotus/ostra (Pleurotus ostreatus)
2 xíc. de arroz
100ml de azeite
1 xíc. de suco de laranja
100 ml de molho de soja
piri piri (a gosto)
1 colh. chá de caril
4 dentes de alho picadinhos
1 cebola grande guisada
sal (a gosto)
1 caldo de galinha

Faz-se assim:

No azeite quente, despejar a cebola e o alho, mexendo até dourar a cebola. Deitar os cogumelos e mexer o refogado sem abafar. Colocar o molho de soja aos poucos, de forma que ele tempere os cogumelos, mas vá evaporando. Acrescentar o caldo de galinha, a pimenta, o caril e o suco de laranja. Deixar ferver, mexendo pra não grudar no fundo da panela, até reduzir bastante. Colocar o arroz, a água para o cozimento, e acertar o sal.
Fica muito, muito bom!!!

(imagem: www.mushroomexpert.com/images)

Novos vícios

Durante as férias, assistimos juntas a primeira e a segunda temporadas completas. Agora estamos na terceira, mas vamos ter que acompanhar separadas...

O Último Rei da Escócia em Hollywoodland (Da série Cinema, etc)

No cinema, em Lisboa...

O Ben Affleck tá irreconhecível, Adrien Brody sempre lindo, mas Forest Whitaker é o cara, e O Último Rei... é mesmo imperdível.

Dorme meu filho... ( Da série Sagrados e Consagrados)

Dorme meu filho
dezenas de mãos femininas trabalham
a atmosfera
onde os namorados pensam
cartazes simples
um por exemplo
minúsculo crustáceo denominado cíclope
por baixo da pele ou entre os músculos

Dorme meu filho
o amor
será
uma arma esquecida
um pano qualquer como um lenço
sobre o gelo das ruas

mário cesariny (in pena capital)

imagem: rogério

ao silêncio do poeta (Da série Sagrados e Consagrados)

roubei do orkut do Retta...

Carta da Flor do Sol (Da série Sagrados e Consagrados)

vou partir
como se fosses tu que me abandonasses

o último sonho que tive era estranho
via o fundo límpido de uma rua estreita
que desembocava num largo iluminado
havia leões empalhados nos passeios em areia solta
já não me lembro bem
parece que uma mulher avançava com um envelope na mão
estendia-mo e gritava
mas eu não conseguia perceber
insultava-me muito provavelmente
tinha a cara escondida por um pano branco bordado
apenas via a sua enorme boca abrir-se
e furiosamente engolir a púrpura do ar
que envolvia as cabeças reclinadas dos leões
ouvia o buzinar nervoso dos carros
exactamente como se ouvem agora
mas não conseguia vê-los
depois
um rapaz pareceu a uma esquina e reconhecia-te
uma voz gravada na memória acompanhava-nos
quando nos dirigimos um para o outro
em câmara lenta
ouvíamo-la sussurrar: procuro-te
no interior das penumbras no esquecido sal
das casas abandonadas à beira-mar
procuro-te no perfume excessivo do mel
armazenado pelas abelhas no entardecer das pálpebras
vem
mergulha as mãos nos troncos das árvores
suspende a noite da longa viagem
estás a naufragar
o espelho quebrou-se e tu já não reconheces as paisagens
o corpo estilhaçou-se
(continua aqui)

imagem: maria isabel batista, o acordar das gaivotas