domingo, abril 30, 2006

Angelitos Negros (Da Série Sagrados e Consagrados)




(...)

- Pintor nacido en mi tierra,
con el pincel extranjero,
pintor que sigues el rumbo
de tantos pintores viejos,
aunque la Virgen sea blanca
píntame angelitos negros.

No hay un pintor que pintara
angelitos de mi pueblo,
yo quiero angelitos blancos
con angelitos morenos.

Ángel de buena familia
no basta para mi cielo.

Si queda un pintor de santos,
si queda un pintor de cielos,
que haga un cielo de mi tierra,
con los tonos de mi pueblo,
con su ángel de perla fina,
con su ángel de medio pelo,
con sus ángeles catires,
con sus ángeles morenos,
con sus angelitos blancos,
con sus angelitos indios,
con sus angelitos negros,
que vayan comiendo mango
por las barriadas del cielo.

Si al cielo voy algún día,
tengo que hallarte en el cielo,
angelitico del diablo,
serafín curucusero.

Si sabes pintar tu tierra,
así has de pintar tu cielo,
con su sol que tuesta blancos,
con su sol que suda negros,
porque para eso lo tienes
calientito y de los buenos.
Aunque la Virgen sea blanca
píntame angelitos negros.

- No hay una iglesia de rumbo,
no hay una iglesia de pueblo,
donde hayan dejado entrar
al cuadro angelitos negros.
Y entonces, ¿adonde van,
angelitos de mi pueblo,
zamuritos de Guaribe,
torditos de Barlovento?.

Pintor que pintas tu tierra,
si quieres pintar tu cielo,
cuando pintas angelitos
acuérdate de tu pueblo
y al lado del ángel rubio
y junto al ángel trigueño,
aunque la Virgen sea blanca,
píntame angelitos negros.

(Andrés Eloy Blanco)

Imagem: Anne Geddes



4 Comentários:

Blogger Tuca disse...

A música "Angelitos Negros" também é muito bonita:

Pintor, si pintas con amor, por qué desprecias su color?...
Pintor nacido en mi tierra con el pincel extranjero
Pintor que sigues el rumbo de tantos pintores viejos.
Aunque la Virgen sea blanca, píntame angelitos negros,
Que también se van al cielo todos los negritos buenos.
Pintor, si pintas con amor, por qué desprecias su color?...
Si sabes que en cielo también los quiere Dios.
Pintor de santos de alcoba, si tienes alma en el cuerpo,
Porque al pintar en tus cuadros, te olvidaste de los negros.
Siempre que pintas iglesias, pintas angelitos bellos,
Pero nunca te acordaste de pintar un ángel negro.
Pintor, si pintas con amor, por qué desprecias su color?...

Letra: Andrés Eloy Blanco
Música: Manuel Álvarez Maciste
(Versão Grupo Raíces de América)

30/4/06 18:30  
Anonymous Anônimo disse...

Eu conheço apenas a música que é um espetáculo. Obrigada por postar o poema. Beijo,
Niña

30/4/06 22:26  
Anonymous Anônimo disse...

Nâo conhecia nem a música nem o poema.
São lindos!!!
E a imagem perfeita!!!
Adorei.
Beijo beijo

30/4/06 22:50  
Anonymous Anônimo disse...

Um hino de amor! Um hino à vida! Bjs.

1/5/06 11:26  

Postar um comentário

Voltar

sábado, abril 29, 2006

Lívia (Da série Parabéns a Você)


Lívia,
Longa vida, dias iluminados, noites cheias de sonhos bons. E muitas, muitas palavras que tangenciem, que tentem tanto e com tal força te traduzir, que toquem a beleza.

0 Comentários:

Postar um comentário

Voltar

sexta-feira, abril 28, 2006

Tá Lá ( Da série 'me segura qu'eu vou dar um troço')


Ufa, depositado. Tá lá. Ou melhor, tão lá, juntas: a primeira parte do Rogério, pra qualificação, e a tese do André. As três. As próximas duas semanas são de suar a camiseta pra não ser a primeira pessoa na história a ser reprovada na qualificação. Para de rir, Tuca. Antes de recomeçar vou visitar com calma os blogs que gosto e depois dormir... dormir umas 12 horas. E quem sabe até correr amahã. Isso seria ótimo, pois a banha está tomando conta. Não é exagero, não. Tô falando sério.
**********************************************
Tava doida pra contar que nessa semana fiquei egão discontrol quando o Egídio disse que tem vindo aqui. Hohoho. Não tô inventando, ele deixou recado lá no Orkut. Mas que coisa. É, é aquele mesmo que escreveu sobre Lavoura Arcaica. Exatamente, o texto que quase me provocou desidratação. Sim, ele tinha comentado aqui no sábado passado, mas durante a semana disse que tem vindo.
***********************************************
E hoje a Juliana Louro deixou um comentário dizendo que tinha gostado da casinha. Fui retribuir a visita e fiquei embasbacada com a beleza das fotos e do texto da moça. Vale clicar no mouse e ir até lá. Djo garanto.
**********************************************
Ainda neste final de semana: novidades

2 Comentários:

Blogger Tuca disse...

Que bom! Já estou curiosa pelas novidades! Beijo.

29/4/06 17:37  
Blogger Gláucia disse...

Mas eu não te contei? Acho que te contei. Tu esqueceste? Ah, sei lá.
Beijo

30/4/06 00:48  

Postar um comentário

Voltar

César (Da série Parabéns a Você)


César, Yôda querido: Te reencontrar foi uma das coisas boas de 2005. Muito obrigada por tudo. Te desejo feliz Aniversário e longa vida, repleta de alegrias e descobertas.

1 Comentários:

Blogger Cé S. disse...

Obrigado!

18/5/06 14:46  

Postar um comentário

Voltar

quinta-feira, abril 27, 2006

Um Movimento de Amor (Da série Informes do Tempo)


Foi um lindo dia outonal, de temperatura amena e sol suave sobre a capital da Província...Longe vai a notícia ruim de terça-feira passada. Lembram dela? Era ruim mesmo. Fiquei triste, murchinha como maracujá. Aí foi um tal de cortar cabelo, ficar com olhos de sapo, fazer ranho, lembrar das sombras, visitar memórias amargas... Foram momentos daqueles em que a gente não sabe como contar pras pessoas o que está acontecendo, porque também não está entendendo; em que só se consegue ficar perto dos muito, muito próximos, pra quem nem precisaria falar nada, porque lêem todos os silêncios. Foi assim, fiquei meio encolhidinha, em posição fetal, procurando proteção sob o casco... Mas ontem ocorreu algum movimento nos astros. Uma das mulheres mais incríveis que conheço pegou todos os limões, jogou no liquidificador e fez uma deliciosa limonada suíça (pois eu sou pheeeena). Não, ela não é bruxa, nem maga. É só alguém que sabe amar. Amanhã, até às 18h, lá estaremos nós (Rogério e djo) fazendo o depósito da primeira redação para qualificação. A lição do dia para flores, jardineiros, visitantes e público em geral, é: "movimento de amor é dar o que a gente não tem."
Amanhã, depois das 18h30, voltaremos com mais notícias, direto da Redação. Até lá, apenas plantões. O sol já caiu no rio, e um friozinho agradável está começando a se fazer sentir...

imagem: DaJe

7 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

Que lindo! Amei!

Um beijo enorme.

Nina

27/4/06 20:35  
Blogger Gláucia disse...

Obrigada pela força.
Vamo que vamo.
Bjs,

27/4/06 20:38  
Blogger Marcelo disse...

Ah, consegui uma manifestação da Dona Gláucia!!!

Agora só queres saber do Alex! Ora, eu te conheci primeiro, tá, tenho prioridades. O que esse guri está pensando?

Na verdade, eu sou amigo do Alex já faz algum tempo (mais de 10 anos).

Beijos
e como está a Clara (Crocodilo!)?

27/4/06 21:34  
Blogger Gláucia disse...

Ela está cada vez mais linda, cada vez mais fofa, cada vez mais clara. Adorei esse centauro estilizado. Adorei!!!!
Agora, o Alex: é sem explicação, não é? Se conheces, sabes melhor do que eu que conhecê-lo é atemporal. Além disso, eu sou chegada num Alex Cunha. E não é de hoje. Risos. Bjs

27/4/06 22:27  
Blogger Lo disse...

ai, eu não sei o que aconteceu, mas seja lá o que acontece na vida da gente, esses dias de outono, vou te contar, como podem ser tão belos? como podemos manter a rotina, ignorando-os? como podemos olhar só para os problemas quando podemos simplesmente apontar o nariz para a rua e olhar em volta?
Que teus dias íntimos, agora, estejam como eles: luminosos e frescos.
abraço

28/4/06 10:36  
Anonymous Anônimo disse...

Pessoas que escutam o silêncio... Como precisamos delas!
Adorei seu blog.
Abs da Ju

28/4/06 11:34  
Blogger Gláucia disse...


Eu ando morta de saudades do teu blog. Hoje vou lá visitar, como prêmio. Eu também amo o outono. Amo. Tem promessa de frio, tem sol, tem a luminosidade mais linda que conheço, tem suavidade. .. Pra que mais, não é?

Juliana,

Que bom que gostaste. Adoro quando alguém novo pinta e se agrada.

Uma das comentadoras mais mais frequentes do blog também se chama Juliana, e o sobrenome também é com L. Por isso é conhecida como J.L, a moça dos comentário quilométricos. Assim que já saiste ganhando simpatia, por conta da homônima.

Vou lá te visitar também.
Seja muito bem vinda e volte sempre.
Um abraço,

28/4/06 20:41  

Postar um comentário

Voltar

Lia Schulz (Da série Parabéns a Você)


A gente fica mais tranqüilo só de olhar pra amplidão do teu sorrisão acolhedor... feliz da vida com a ternura que derramas por onde passas, com tua voz meiga e teus gestos suaves.
Feliz Aniversário, mulher!
Recebe nossas margaridas virtuais e todo o carinho no teu dia.

4 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

Queriiiida Gláucia, Margarida das Margaridas, descreveste como sempre lindamente o que é Lia para mim, também. PARABÉNS, LIAAAA!!!

27/4/06 11:15  
Blogger Gláucia disse...

Katarina, mia frô, a Lia é remédio pra nossa aceleração. Risos. Beijos

27/4/06 17:47  
Anonymous Anônimo disse...

Obrigada! Obrigada! Obrigada!!!!!
Fico muito emocionada com tamanho gesto de carinho!!!
Li de manhã bem cedinho e melhorou todo o meu dia!!!
Obrigada de novo!!!
beijos

28/4/06 09:28  
Blogger Gláucia disse...

Que bom, Lia.
Bjs pra ti e pro Maurício.

29/4/06 00:54  

Postar um comentário

Voltar

quarta-feira, abril 26, 2006

Uma Margarida e uma Megera (Da série Vestígios do Dia)

Hoje Roberta Arabiane e djo almoçamos no Café do Porto. A moça vestia um impactante modelito mini-saia-com-bota. Cousa fashion e fina, de parar o trânsito. Tava com saudades da pimentinha. Compramos chás maravilhosos e depois mergulhei na melhor sessão de análise dos últimos tempos. Nem preciso comentar que fiquei com olhões de sapo e fabriquei ranho que foi uma loucura. Aí veio aquela chuvinha leve, fininha, quase um cafuné. E meu olhar ficou perdido, como se tivesse desfocado de repente. Na cabeça, o mesmo filme de poucas cenas se repetindo, martelando: isonomia, universidade pública, 'donos do poder', critérios de diferenciação, discriminen, lugar de fala, autoridade e autorização...Eita vida...

4 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

Que post delicioso. Deu para sentir a chuvinha aqui. Senti o teu olhar desfocando. E me emocionei com as transições de uma parte do teu dia para outra.

Beijo,
Niña
PS. Vontade de fazer o mesmo e ir almoçar contigo. :)

26/4/06 10:11  
Blogger Gláucia disse...

Quando será que virás, hein? Vai ser muito legal.
Essa semana acho que sai o anúncio de uma das novidades. Acho que tu vais sentir mais vontade ainda de estar aqui.
Bj

26/4/06 10:34  
Anonymous Anônimo disse...

Mal posso esperar para saber das novidades...

Beijo,
Niña
PS. Acho que agora só ano que vem. Depois de fevereiro.

26/4/06 11:25  
Blogger Gláucia disse...

Niña,
Vou ter que contar as novidades só sábado. Mas é por uma boa causa. Muitos beijos. Valeu o pensamento positivo.

27/4/06 18:54  

Postar um comentário

Voltar

terça-feira, abril 25, 2006

Chegou o Murilo (Da série Bilhetes e Lembretes)



Para embriagada felicidade da mamãe Denise e do papai Felipe, nasceu, ontem, o Murilo, coisa mais fofa do mundo, com 48 cm e 3,3k. Parabéns para toda família.

1 Comentários:

Blogger Tuca disse...

Que fofo!!!!! Parabéns aos pais.

26/4/06 20:23  

Postar um comentário

Voltar

A hard case (Da série Diálogos Inusitados)



3 e meia da manhã, em pé, no quarto. Ela, elétrica; ele, sonâmbulo. Ela conta, gesticulando, algo que, naquele momento parece muito importante.
Ele - Hmm.
Ela - Nosso casamento não tem viabilidade. Definitivamente, tu não me leva a sério.
Ele - É claro que eu te levo. Eu sei que tu é um caso sério, muito sério. A hard case.
Ela - Ah, isso eu vou postar.
Gargalhadas abafadas (o raio do horário sempre a nos inibir)





Imagem: Mariana Souza dos Santos

7 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

Amei o post. Adoro casos serios. :):):)
Nina

25/4/06 15:31  
Blogger Gláucia disse...

Foi muito engraçado. Uma coisa é incontestável: a gente também se diverte. Bjs

25/4/06 20:06  
Anonymous Anônimo disse...

ahahahahah.
vc é um caso sério mesmo.
Um case hardíssimo.
Rogério, de acordo.
ahhahahahhahaha
Beijo

25/4/06 23:54  
Blogger Gláucia disse...

J. L.
hohohohoho
não viu nada, mia filha. Tu ainda vai dá muita gargalhada com a minha pessoa.
Bjs

26/4/06 01:45  
Blogger Joelma Terto disse...

Parece os diálogos daqui de casa. Ele não é canceriano, é? Mas nós não negamos nunca que somos sagitarianas.
Ah, a gente também se diverte horrooooores aqui em casa. :)
besos pros dois, ops, três!

26/4/06 23:22  
Blogger Gláucia disse...

Ele não é canceriano, é leonino, massssss...o ascendente é câncer. Tudo explicado, não é? Se diverte horrores com minha 'intensidade'.

27/4/06 18:59  
Blogger Gláucia disse...

Bjs, Jô.

27/4/06 19:00  

Postar um comentário

Voltar

segunda-feira, abril 24, 2006

Lixo e Purpurina II (da série Tributo a Caio)



30 de janeiro


Metade dos moradores de Bravington Road nos traiu. Já haviam conseguido outra casa ali perto, em Ladbroke Grove, sem nos dizer nada. Felizmente a amizade de Zé com Jack, o Esquarteador, rendeu esta casa em Victoria. São cinco andares, contando o sótão, onde fiquei, mas não há aquecimento e luz só no
basement. Mas se não tivéssemos conseguido esta, ficaríamos na rua. Que amigos. E acompanharam todo nosso sofrimento, com as malas na calçada, na chuva, com medo da polícia. Disseram que Angie vai sair amanhã da prisão. E que irá para a casa de Ladbroke Grove, viver com Deborah.

31 de janeiro


(Carta do Espaço Sideral para não ser enviada a Angie)

"Vem que eu quero te mostrar o papel cheio de rosas nas paredes do meu novo quarto, no último andar, de onde se pode ver pela pequena janela a torre de uma igreja. Quero te conduzir pela mão pelas escadas dos quatro andares com uma vela roxa iluminando o caminho para te mostrar as plumas roubadas no vaso de cerâmica, até abrir a janela para que entre o vento frio e sempre um pouco sujo desta cidade. Vem, para subirmos no telhado e, lá do alto, nosso olhar consiga ultrapassar a torre da igreja para encontrar os horizontes que nunca se vêem, nesta cidade onde estamos presos e livres, soltos e amarrados. Quero controlar nervoso o relógio, mil vezes por minuto, antes de ouvir o ranger dos teus sapatos amarelos, sobre a madeira dos degraus, e então levantar brusco para abrir a porta, construindo no rosto um ar natural e vagamente ocupado, como se tivesse sido interrompido em meio a qualquer coisa não muito importante, mas que você me sentisse um pouco distante e tivesse pressa em me chamar outra vez para perto, para baixo ou para cima, não sei, e então você ensaiasse um gesto feito um toque para chegar mais perto, apenas para chegar mais perto, um pouco mais perto de mim. Então quero que você venha para deitar comigo no meu quarto novo, para ver minha paisagem além da janela, que agora é outra, quero inaugurar meu novo estar-dentro-de-mim ao teu lado, aqui, sob este teto curvo e quebrado, entre estas paredes cobertas de guirlandas de rosas desbotadas. Vem para que eu possa acender incenso do Nepal, velas da Suécia na beirada da janela, fechar charos de haxixe marroquino, abrir armários, mostrar fotografias, contar dos meus muitos ou poucos passados, futuros possíveis ou presentes impossíveis, os meus muitos ou nenhuns eus. Vem para que eu possa recuperar sorrisos, pintar teu olho escuro com kol, salpicar tua cara com purpurina dourada, rezar, gritar, cantar, fazer qualquer coisa, desde que você venha, para que meu coração não permaneça esse poço frio sem lua refletida. Porque nada mais sou além de chamar você agora, porque tenho medo e estou sozinho, porque não tenho medo e não estou sozinho, porque não, porque sim, vem e me leva outra vez para aquele país distante onde as coisas eram tão reais e um pouco assustadoras dentro da sua ameaça constante, mas onde existe um verde imaginado, encantado, perdido. Vem, então, e me leva de volta para o lado de lá do oceano de onde viemos os dois."
(caio fernando abreu, 'ovelhas negras')

3 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

Eu acho que tenho um bloqueio com Caio Fernando Abreu. Só pode ser. Quando eu entro aqui e vejo algo dele, quase não leio, titubeio. E hoje me forcei a lê-lo. Só vou dizer que me rasgou por dentro.

26/4/06 10:38  
Blogger Alex disse...

Niña, você não viu nada...

**

Amei.amei.amei.

26/4/06 19:16  
Blogger Gláucia disse...

Niña,
Acho que nós vamos te seduzir... Risos.

Alex,
no final de semana tem mais.

27/4/06 19:01  

Postar um comentário

Voltar

domingo, abril 23, 2006

A mudança, o lixo e o brilho (Da série Nunca te vi, Sempre te amei)



Alex,


As vezes a gente só consegue ver o lixo, não é? Quando o nosso olhar procura e não encontra, parece que só tem lixo, mesmo. Cata aqui, cata ali e nada de purpurina, de brilho, de luz. Mas sabe o que eu vejo? Talvez não haja purpurina, porque o brilho está em ti. E quando as coisas estão em nós, ocorre delas serem mais difíceis de achar, sabe? Nosso olhar nem sempre enxerga o suficiente pra reconhecer a própria luz. Essa luz de quem não precisa dar razões pra fazer coisas boas pra quem gosta, de quem ausente se faz próximo, de quem nem mede o tempo gasto com o outro, porque reconhece de cara o que não é de medir. Acho que foi por isso, e só por isso, que não encontraste a purpurina...
Beijos com asas
imagem: tânia carvalho

3 Comentários:

Blogger Alex disse...

"Sem data

Claro, o dia de amanhã cuidará do dia de manhã e tudo chegará no tempo exato. Mas e o dia de hoje?
Só quero ir junto com as coisas, ir sendo junto com elas, ao mesmo tempo, até um lugar que não sei onde fica, e que você até pode chamar de morte, mas eu chamo apenas de porto."

Caio F.

Glau,

Ando meio tenso, mas não leva a mal, não.

Isso é tudo lindo. Tem brilho na vida sim. Mas nem tudo brilha o tempo todo. São momentos, portos, mortes.

Beijo

24/4/06 14:26  
Blogger Gláucia disse...

Eu sei querido, eu sei.
Tô torcendo pra ficares.
Um beijo pra ti.

24/4/06 14:33  
Blogger Gláucia disse...

Quis dizer "tô torcendo pra ficares bem". Eita que a dislexia tá pegando.

24/4/06 16:29  

Postar um comentário

Voltar

Terra (Da Série Sagrados e Consagrados)


Deus fez a grande natura
Com tudo que ela tem,

Mas não passou escritura

Da terra para ninguém.

Se a terra foi Deus quem fez

Se é obra da criação
Deve cada camponês

Ter uma faixa de chão.

Esta terra é desmedida
E com certeza é comum,

Precisa ser dividida

Um tanto pra cada um.

(Patativa do Assaré)
Imagem: José Branco

1 Comentários:

Blogger Gláucia disse...

Tuquinha,
Adorei. Não conhecia. Lembro do pai sempre falando nele, mas não conhecia. Bjs

24/4/06 00:27  

Postar um comentário

Voltar

sábado, abril 22, 2006

Aos Filhos (Da série Cartas Reenviadas)


Meus queridos Hildita, Aleidita, Camilo, Célia e Ernesto:

Se algum dia vocês lerem essa carta, vai ser porque eu já não estarei mais com vocês.
Quase não lembrarão de mim, e os mais pequenos não lembrarão nada.
Seu pai foi um homem que age como pensa e, certamente, foi leal às suas convicções.
Cresçam como bons revolucionários. Estudem muito, para poder dominar a técnica que permite dominar a natureza. Lembrem que a Revolução é o mais importante, e que cada um de nós, sozinho, não vale nada.
Sobretudo, sejam capazes sempre de sentir profundamente qualquer injustiça cometida contra qualquer pessoa em qualquer lugar do mundo. É a qualidade mais bela de um revolucionário.
Até sempre, filhinhos, espero vê-los ainda. Um beijo grande e um abraço do
Papai
(De Che Guevara para os filhos)

imagem: Franxxisco

3 Comentários:

Blogger Leonor disse...

É muito bonita essa carta. Eu tenho uma honra enorme por ter nascido no mesmo dia de Che Guevara.

22/4/06 21:02  
Blogger Tuca disse...

"ser capaz de sentir profundamente qualquer injustiça cometida contra qualquer pessoa em qualquer lugar do mundo" - não só é a mais bela qualidade de um revolucionário, como de um verdadeiro ser "humano".
Belíssima carta.

23/4/06 10:42  
Blogger Gláucia disse...

Papa e Tuca,
eu não conhecia a carta. Mas quando li também achei linda. Principalmente o trecho que destacaste, Tuca.
Eu também fico bem orgulhosa quando descubro alguém muito legal que nasceu no mesmo dia que eu . As vezes não precisa nem ser no mesmo dia. Sendo perto, já fico feliz.
Então o teu aniversário é 14 de junho?

23/4/06 21:42  

Postar um comentário

Voltar

quinta-feira, abril 20, 2006

Baby (Da série Parabéns a Você)


Para Baby San, mana querida das margaridas,
feliz aniversário.

9 Comentários:

Blogger Tuca disse...

Parabéns Baby. Te amo!
Esta foto saiu directamente do túnel do tempo...
Beijos.

20/4/06 21:34  
Blogger Gláucia disse...

Directamente, claro.
E também encontrei umas tuas, da Margarida, hohohohohoho...

20/4/06 21:46  
Anonymous Anônimo disse...

Querida Glau!
Este tempo meu todo fora e tanta, tanta notícia e imagem e palavra nova e saudade de aqui, de TI, e a beleza e essência das gentes, das coisas, da vida sempre presentes aqui e esta sensação de ficar tão cheia de tanto sempre que chego aqui. E quero não deixar Aqui, a TI, nunca. Mil bjs de saudade imensa.

PS. Recebi mail da Tuca e já respondi. Obg, amigona! Espero o livrinho ansiosamente.

21/4/06 06:09  
Blogger Tuca disse...

Glau, então guarde-as novamente no fundo do baú, para o bem de todos e felicidade geral das Margaridas, hahahahaha... Beijo.

21/4/06 08:16  
Anonymous Anônimo disse...

Parabéns, Ana Banana...Sabes o quanto te amo, né? Beijocas da mana preta.

:)

21/4/06 13:05  
Blogger Maragato Louco disse...

Oi, tia, parabéns! Eu também te amo muito, e adoro te arranhar!!! Miados e ronronadas neste momento tão especial!!!

21/4/06 13:07  
Anonymous Anônimo disse...

Queridas margaridas, quero sensibilizada agradecer todas as homenagens pelos meus vinte aninhos. Obrigada pelo carinho, sei não somos irmãs de sangue, mas fomos criadas num lar abençoado, onde não havia lugar para preconceitos ( ? ), onde nosso pai, " poeta das luas andarengas " e nossa mãe, aquela que jamais declinou de ajudar quem dela necessitasse. Como dá para perceber, temos trajetória de amor e união e, sinceramente, não poderia esperar outra coisa de vcs. - esse carinho e essa ternura toda pela Baby San, que tento, dentro do possível passar para Clara e Tatiana. Amo vcs.

Bibiana Fernandes

21/4/06 17:52  
Blogger Gláucia disse...

Elis,
que saudades dos teus comentários tão doces, tão poéticos, tão luminosos. Espero que estejas bem. Estou torcendo aqui para que a Tuca e tu se encontrem.
Acho que vai ser uma festa.
Bjs,

22/4/06 14:48  
Blogger Gláucia disse...

Biba e Baby,
Hoje é festa lá no ap? A Clarinha já está esquentando as baterias.
Bj

22/4/06 14:50  

Postar um comentário

Voltar

Lixo e Purpurina (da série Tributo a Caio)

Para quem, em Londres, também guarda diários...



27 de janeiro
Encontrei este caderno numa squatter-house em Victoria, ontem à noite. Foi enviado da Índia para Mr. John Schwyer Gummer, estava ainda dentro do envelope, mas o endereço na Índia manchou de umidade e mofo. Só dá pra ler "Calcutá". Será um aviso? Sylvia diz que "a Índia está chamando". Encontramos também um cara chamado Jack, especializado em squatters: e trambiques tipo instalações ilegais de luz, água e gás, que vai nos ajudar a descolar casa. Zé apelidou-o de "Jack, o Esquartejador." Fala um cockney quase incompreensível. Espero que consiga mesmo a casa, a polícia nos deu um prazo até amanhã ao meio-dia para sairmos da Bravington Road.
Mas gostei do caderno. Reproduzo o desenho que Angie mandou da prisão. Fica sendo a epígrafe.

28 de janeiro
Hoje é dia de mudar de casa, de rua, de vida. As malas sufocam os corredores. Pelo chão restam plumas amassadas, restos de purpurina, frangalhos de echarpes indianas roubadas, pontas de cigarro (Players Number Six, o mais barato). Chico toca violão e canta London, London: no, nowhere to go. Poucos ainda sorriem e olham nos olhos.
Hoje é dia, mais uma vez, de mudar de casa e de vida. Os olhos buscam signos, avisos, o coração resiste (até quando?) e o rosto se banha de estrelas dormidas de ontem, estrelas vagabundas encontradas pelas latas de lixo abundantes de London, London, Babylon City. Alguém pergunta: "O que é que se diz quando se está precisando morrer?" Eu não digo nada, é a minha resposta. Sento no chão e contemplo os escombros de Sodoma e Gomorra: brava Bravington Road, bye, bye.
Amanhã é dia de nascer de novo. Para outra morte. Hoje é dia de esperar que o verde deste quase fim de inverno aqueça os parques gelados, as ruas vazias, as mentes exaustas de bad trips. Hoje é dia de não tentar compreender absolutamente nada, não lançar âncoras para o futuro. Estamos encalhados sobre estas malas e tapetes com nossos vinte anos de amor desperdiçado, longe do país que não nos quis. Mas amanhã será quem sabe o acerto de contas e Jesuzinho nos pagará todas as dívidas? Só que já não sei se acredito nele.
Tão completamente sento e espero que quase acredito ir além deste estar sentado no meio de escombros, here and now esperando Zé chegar com a notícia de que conseguiu a casa graças aos poderes de Jack na região de Victória, Pimlico. Só espero, não penso nada. Tento me concentrar numa daquelas sensações antigas como alegria ou fé ou esperança. Mas só fico aqui parado, sem sentir nada, sem pedir nada, sem querer nada.
As crianças sujas e ranhentas da casa ao lado vêm perguntar se somos ciganos: are you gipsies? Sylvia mente que sim - from Yugoslavia, diz, agita no ar o pandeirinho com fitas e finge dançar e ler as linhas das mãos das crianças. Gosto tanto desse jeito que Sylvia tem de aliviar as coisas.
Meu coração vai batendo devagar como uma borboleta suja sobre este jardim de trapos esgarçados em cujas malhas se prendem e se perdem os restos coloridos da vida que se leva. Vida? Bem, seja lá o que for isso que temos...
(...)"
(caio fernando abreu, ovelhas negras)

2 Comentários:

Blogger Alex disse...

MAIS!
MAIS!
MAIS!

**

É tão incrível como ele diz uma verdade que a gente só sente morando aqui: em Londres não existe esperança. As simple as that. Aqui ninguém acredita em divindades que agem sobre nós. Aqui não há interferências celestiais que acertam nossas contas kármicas com o universo.

**

Sabe que faz um tempinho que eu deixei meu diário de lado. Outro dia, procurando um livro na mesma gaveta em que ele está, ele chegou a espreguiçar-se, achando que seria usado. Mas não.

Quem sabe?

**

Adorei, Glau.

Beijo grande

20/4/06 11:30  
Blogger Miranda disse...

Só esse final do dia 28 valeria muitas páginas, não é? É um poema.
Beijos

20/4/06 15:47  

Postar um comentário

Voltar

quarta-feira, abril 19, 2006

Cabezas Cortadas II (Da série Bilhetes e Lembretes)

J.L também tinha as melenas pela cintura até semana passada.
Revolução tem que ser coletiva, meu povo...

8 Comentários:

Blogger Tuca disse...

Chiquérrimas!

20/4/06 12:04  
Blogger Gláucia disse...

A gente precisa acompanhar as irmãs, né?

20/4/06 21:48  
Anonymous Anônimo disse...

Tuca, obrigada!
Ah sim, chique nós ficamos mesmo..hahahahahah
Beijo querida

21/4/06 13:56  
Blogger Marcelo disse...

Muito bem!
Viva a mu-dança, um visual mais conti-porrâ-NEO sempre é bom, não é mesmo.

saudades tuas guria

21/4/06 19:23  
Blogger Gláucia disse...

Conti-porrâ-NEO adorei, Marcelo. A gente tinha que tomar vergonha na cara e se encontrar, não é? Nem parece que moramos na mesma cidade.
Bjs pra toda família.

22/4/06 14:59  
Blogger Leonor disse...

Ficou muito bem!!!

22/4/06 21:00  
Blogger Blogdoumbertinho,blogspot disse...

glaucia legal o cabelo!
vc nem imagina quantos cabelos eu ja tive na minha vida!
do louro ao ruivo do liso ao crespo
tem gente que nem me reconhece quando me encontra
sabia que cabelo são células mortas!?
assim liberou geral!!!!!!
claro que o meu ja deve ser um tipo de célula mutante de tanta quimica .hhehehe
beijos

22/4/06 23:51  
Blogger Gláucia disse...

Obrigada, Papa. Bjs

Cris,
eu não sabia que são células mortas. Nunca tinha ouvido dizer isso. Ainda bem, pois se soubesse também teria feito misérias com as pobres melenas.

23/4/06 00:39  

Postar um comentário

Voltar

Cabezas Cortadas (Da série Bilhetes e Lembretes)

Os cabelos cortados ficaram assim.

3 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

Estás ainda mais linda...adorei o corte de cabelo!
Beijos,
Keiko

19/4/06 21:06  
Blogger Gláucia disse...

Que bom, que bom.

19/4/06 21:40  
Blogger Tuca disse...

Glau, o cabelo ficou lindo. Adorei. Aprovado. Beijo.

20/4/06 12:03  

Postar um comentário

Voltar

Tocando em frente (Da série O Tempo Redescoberto)


Ontem tive uma notícia ruim. O que faz uma mulé-frô em situação difícil e periclitante? Poda, meus filhos, poda. Assim bem curtim (pra quem tinha as melenas pela cintura, é bem curtim) Liguei pra , peguei o nome do cabelereiro 'a revolução começa aqui' e me joguei. Alguma coisa em mim, pelo menos, está mais forte. Mas é preciso começar por algum lugar...
************
Hoje eu tive certeza de uma coisa: quando o sapato aperta mesmo, a gente corre pra onde sabe que vai encontrar o que precisa ouvir. Cousa mais certa, meus amores, cousa mais certa.
************
Hoje vou ver se consigo fazer uns exames que tô me devendo desde janeiro, umas comprinhas bestas, planejar uma das surpresas para o povo de Porto Alegre, marcar médico pra Clara, médica pra levar o resultado dos exames...Enfim, coisas da vida ordinária, comum, que tô com saudades de fazer.
************
O que houve? Pois é, na verdade, também não sei direito ainda. Mas quando conseguir entender, vou contar tudim, tudim. Agora ainda não dá.


Imagem: nuno abreu

9 Comentários:

Blogger Leonor disse...

Beijos grandes.

19/4/06 05:57  
Anonymous Anônimo disse...

Oi meninas!!! Tanto tempo que não comento por aqui.
Ando com um milhão de coisas para fazer...numa correria que parece que o fim tá longe. Mas é isso aí.
Passei pra dizer oi pra todas e pra dizer que tenho vindo sempre. Só num tá danu tempo de fazer comentário. Já que sou incapaz de comentar como uma pessoa normal.
As 10 linhas anteriores se resumem assim:
Oi meninas, saudades!!! Beijo grande!!!

19/4/06 10:10  
Blogger Gláucia disse...

Papa,
Pra ti também. Que foto aquela lá no Blog, menina. Tô até agora pensando naquelas cores.

Oi J.L,
Também estava com saudades dos comentários quilométricos.

19/4/06 10:37  
Blogger Leonor disse...

Aquela foto foi da lua-de-mel. As Maldivas são mesmo um sítio paradisíaco :)

19/4/06 13:08  
Blogger Blogdoumbertinho,blogspot disse...

que saudades glaucia!
espero que estejs tudo certim prati
vou reformar apto deu vazamento mas o melhor é que vaza amor la em casa
vou te mandaruma fotinho do meu guri ele é lindo!!!!!!!!!!
beijos cris

19/4/06 14:54  
Blogger Gláucia disse...

Papa,
Foi o que pensei quando vi aquelas cores: divino. Dá até uma calma na gente.
Bj

Cris,
Eu também estou com saudades de ti e da Elaine. Mas agora o isolamento está no fim, de um modo ou de outro.
Bjs,

19/4/06 21:39  
Anonymous Anônimo disse...

Acabou? Você foi assunto hoje. Clamam por notícias.

20/4/06 01:18  
Blogger Gláucia disse...

Zé,
Nunca acaba.
O mal é eterno.

20/4/06 01:33  
Anonymous Anônimo disse...

Glau,

O mal não é eterno nada. Não há bem que sempre dure, nem mal que nunca se acabe, segundo a sabedoria popular.

Beijos.
Niña

22/4/06 16:28  

Postar um comentário

Voltar

terça-feira, abril 18, 2006

Borboleta (Da série Inéditos e Dispersos)



asas abertas ao sol

a borboleta sonhava
quando o beija-flor
a encheu de beijos:
- Desculpe, menina!
Pensei que fosse um
amor-perfeito.
(retta)
imagem: amor-perfeito

3 Comentários:

Blogger Tuca disse...

Adorei.
O Tio Retta é demais, né?!
A foto também é linda.
Beijo.

18/4/06 15:48  
Blogger Gláucia disse...

Ele é tudo. bjim

18/4/06 20:35  
Blogger Gláucia disse...

E nessa foto, o amor-perfeito não parece uma borboleta?

19/4/06 03:07  

Postar um comentário

Voltar

segunda-feira, abril 17, 2006

Eldorado dos Carajás: 10 anos (Da série Protestos e Manifestos)


17 de abril de 1996, Eldorado dos Carajás, Pará. 19 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra foram assassinados pela Polícia Militar daquele Estado. Mais ou menos 150 militares participaram da 'operação'. Até hoje nenhum cumpriu pena.
17 de abril de 2006, país afora: milhares de integrantes do Movimento bloquearam rodovias por 19 minutos: um minuto por corpo, um minuto por assassinato. 19 mortos, 19 minutos. 19 minutos para acordar a memória brasileira. Hoje, 10 anos depois: ninguém cumpriu pena.

O Massacre ficou mundialmente conhecido em razão dos corpos terem sido fotografados por Sebastião Salgado, que estava trabalhando no Brasil à época.
imagem: Sebastião Salgado

4 Comentários:

Blogger Marco Aurélio disse...

Gláucia

Obrigado por ajudar a lembrar daquele dia fatídico em Eldorado dos Carajás onde 19 homens foram brutalmente assassinados por 155 policiais.

Um abraço

Marco Aurélio

18/4/06 07:21  
Blogger Gláucia disse...

Marco,
Lembrar Eldorado, Carandiru, Vigário Geral é lembrar quem nós ainda somos, e quem nós queremos ser.
bjs pra vcs e saudades,

18/4/06 11:22  
Blogger Tuca disse...

"Campo dos que colhem sem plantar
Dos que plantam sem colher
Ah, pudesse tu escolher
De quem ser e a quem se dar"

(João Chagas Leite)

18/4/06 15:45  
Anonymous Anônimo disse...

Bonita foto. A montagem foi bem feita. Morreu alguém em algum lugar?

18/4/06 22:38  

Postar um comentário

Voltar

Meu pé esquerdo (Da Série Imorais e Surreais)



Imoral, surreal e dadaísta!
Acabo de ver no Jornal da Noite: "Mulher operada ao pé errado". O problema era no pé direito (o qual deveria passar por intervenção cirúrgica), e operaram-lhe o pé esquerdo. Como assim??? Erro médico! Talvez nem o médico saiba como assim...



Imagem: Inpulsa

3 Comentários:

Blogger Gláucia disse...

É pra matar, né, não?

17/4/06 18:30  
Blogger Leonor disse...

Portugal no seu melhor!!!! A queixosa diz que o médico argumenta que aquele pé também não estava bem... Jamais aceitar uma anestesia geral! Nunca sabe com o quê a menos vamos acordar depois

17/4/06 19:03  
Blogger Rogério B. Alves disse...

No Brasil o horror é sempre melhor.
No estado do Espírito Santo, uma mulher foi anestesiada para a retirada de uma fístula do reto e acordou sem útero. A mulher tem 29 anos.
!!!!!

17/4/06 20:59  

Postar um comentário

Voltar

Amor Porteño (Da série Trilhas Sonoras do Dia)

Gente, eu não paro de escutar isso. Ele sabe tudo, mesmo. Gotan Project é o divino musical do nosso tempo. Uia, portenhíssima comme d'habitude, me achei nessa música. Mas ele postou hoje 'Diferente'...
Essa semana, no máximo na outra, novidades por aqui. Eu adorei. Acho que vocês vão gostar também...

Una inquietante mirada de amor porteño
Cálida y cruel
No, no puedo creer que pasó
Que el misterio sensuel de tu risa canyengue
Se apagó

Brindo por esa ilusión de amor porteño
Loco puñal
Dulce y fatal, la nostalgia
De un tiempo pedazo de
Nosotros dos

Y yo que pensaba que no me importaba
Que una caricia podía borrar el color
De mi ciudad …

El código oculto de esa mirada
Es como una señal
Y no puedo zafar
Un deseo sutil que temblando
me viene a buscar

2 Comentários:

Blogger Leonor disse...

Adoro Gotan Project! La Revancha del Tango é genial, este CD ainda não ouvi com atenção mas pareceu-me muito bom também.

17/4/06 19:06  
Blogger Gláucia disse...

Papa,
Pois eu, a fora do mundo, não conhecia. Mas já estou tratando de amar cada acorde.

17/4/06 23:26  

Postar um comentário

Voltar

domingo, abril 16, 2006

Primavera (Da Série Hai-Kai)



Casa sem jardim
Nada detém a primavera
Flores nascem em mim





(Fred Maia)
Imagem: Pedro Miguel Vagos Oliveira

3 Comentários:

Blogger Héctor Ojeda disse...

Las flores del alma son las más bellas, aún en los días más oscuros ilumina la primavera. Beijos.

17/4/06 10:54  
Blogger Tuca disse...

Certo, Hector. Beijo.

17/4/06 12:27  
Blogger Gláucia disse...

Outra que adoro do Fred Maia:

ler em silêncio
ouvir tua voz
poesia entre nós

Linda, né?

17/4/06 18:45  

Postar um comentário

Voltar

sábado, abril 15, 2006

Canção Mínima (Da Série Canções do Exílio)


No mistério do Sem-Fim,
equilibra-se um planeta.
E, no planeta, um jardim,
e, no jardim, um canteiro;
no canteiro, uma violeta,
e, sobre ela, o dia inteiro,
entre o planeta e o Sem-Fim,
a asa de uma borboleta.


(Cecília Meireles)
Imagem: José Angel Mintegui

2 Comentários:

Blogger Gláucia disse...

Lindo Tuquinha: foto, poema. Tudim, tudim. Beijos e boa páscoa.

16/4/06 02:30  
Blogger Tuca disse...

Boa Páscoa para vocês também, gurias! Beijo.

16/4/06 09:32  

Postar um comentário

Voltar

sexta-feira, abril 14, 2006

O Medo (Da série Pergunte ao Pó)


"Certa manhã, ganhamos de presente um coelhinho da Índias.

Chegou em casa numa gaiola. Ao meio-dia, abri a porta da gaiola.
Voltei para casa ao anoitecer e o encontrei tal e qual o havia deixado: gaiola adentro, grudado nas barras, tremendo por causa do susto da liberdade."
Eduardo Galeano

Não sei se pelo coelhinho, pelo medo, pela gaiola, pela saudade. Invadiu minha memória repentinamente, repetidamente. Volto ao mesmo lugar, como no sonho teimoso: - quando o abraçava, ele se desfazia; a sensação era incômoda. Abraçava e sentia aquele corpo a se desfazer, escorrendo pelo chão...

Me fez querer acreditar nas palavras que os gestos desmentem. E voltar a fazer pão pra manhã, voltar a esperar pela tua volta, voltar às esquinas infinitas, aos dias de chuva com sonho e café preto, ao território das certezas. Queria voltar. Mas nunca tem volta, assim como nunca termina e sempre. Termina, se morreu ou desistiu; se tá viva, continua. Termina sempre, também, assim como não, pois tudo é despedida e perda. Tudo é princípio e fim, junto assim, amalgamado; nascimento e morte. A ausência, traduzida espera, falta, vazio, é a presença constante, a companhia habitual. Anda sempre de mãos dadas comigo...

imagem: salete retamoso palma

3 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

Muito bom, Glaucia!
Parabéns.
Jaime

PS.: Tens algum parentesco com o grande poeta José Hilário Retamozo? (Era meu amigo, e ocuparei a cadeira dele na Acad. Riog. de Letras)

14/4/06 10:56  
Anonymous Anônimo disse...

Ai, Gláucia. De lascar.

14/4/06 14:08  
Blogger Gláucia disse...

Jaime,
explica aí. Como assim? A cadeira nº40? Mas não está ocupada? Detalhes, please. Quando é a posse? Eu quero ir.
Bjs,
Ah, adorei a visita.

Niña,
que bom que gostaste.
Bjs,

14/4/06 21:09  

Postar um comentário

Voltar

quinta-feira, abril 13, 2006

Niña (Da Série Sagrados e Consagrados)


(A Laura Elena)

Nombras el árbol, niña.
Y el árbol crece, lento,
alto deslumbramiento,
hasta volvernos verde la mirada.

Nombras el cielo, niña.
Y las nubes pelean con el viento
y el espacio se vuelve
un transparente campo de batalla.

Nombras el agua, niña.
Y el agua brota, no sé dónde,
brilla en las hojas, habla entre las piedras
y en húmedos vapores nos convierte.

No dices nada, niña.
Y la ola amarilla;
la marea del sol,
en su cresta nos alza,
en los cuatro horizontes nos dispersa
y nos devuelve, intactos,
en el centro del día, a ser nosotros.

(Octavio Paz)
Imagem: Fernando Ureña Rib

5 Comentários:

Blogger Gláucia disse...

Tuquinha em grande fase... Tá lá rapaz. Risadas sem motivo, como antes, como sempre...
saudades.
bjs

13/4/06 01:16  
Anonymous Anônimo disse...

Muito lindo, Tuca.

13/4/06 11:05  
Blogger Héctor Ojeda disse...

Cuanto más amor por esa niña, más grande lo que dice. Besos.

13/4/06 16:42  
Blogger Dona ervilha disse...

Nombras el cielo, niña.
me agrada.

14/4/06 00:59  
Blogger Gláucia disse...

"Me agrada", me lembrou 'Agrado'.

14/4/06 04:03  

Postar um comentário

Voltar

quarta-feira, abril 12, 2006

Convocação Megerística (Da série Bilhetes e Lembretes)


A Megera Tíccia convocou Doña Margarida
para declinar seus piores pavores. Um deles eu sei,
eu sei. Mas não vou contar antes.
********************************
Tô com uma dor de cabeça daquelas. Eita.
Vamos enfrentar nossa programação normal, sem dublê.
Uma neosaldina, por favor.
Vou ali tomar e já volto.
(Esses medos eu não perco por nada).

0 Comentários:

Postar um comentário

Voltar

terça-feira, abril 11, 2006

É Primavera em Lisboa (Da Série Informes do Tempo)


Dia suave, sonoro, aromático. Temperatura amena, sonolenta. Brisa leve, flutuante. Céu de quase nuvens. Sol a reinar, cintilante. Colorido, claridade. Sinfonia matinal de pássaros. Festival de melodias e cheiros e cores. Pelos quintais florescem lírios, camélias, orquídias, copos-de-leite, margaridas... Mescla de perfumes. Hoje tomei chá de jasmim! Perfume de flor. Aroma de infância. Cheiro de saudade. É primavera em Lisboa...

Imagem: Jandira Gitirana Praia

4 Comentários:

Blogger Leonor disse...

Muito bonito! Aqui a Primavera está muito envergonhada...

11/4/06 07:20  
Blogger Tuca disse...

Gurias, lembram do chá de jasmim???
Da latinha azul, comprado em Rivera...

11/4/06 08:29  
Blogger Gláucia disse...

Papalagui,
eu não sabia que era longe de Lisboa. Imaginava bem pertinho. Mas também não sei a razão.

Tuca,
Foi a primeira coisa que lembrei quando li o Informe. E dei uma engasgada. Uia. Quazchorei. Bjs,

11/4/06 12:05  
Blogger Leonor disse...

E é bem pertinho, são apenas uns 30 km, mas aqui tem um micro clima, é mais frio que Lisboa, quase sempre, muito mais húmido no Inverno e mais nublado. Agora também está bom tempo, céu azul e temperatura agradável.

11/4/06 12:24  

Postar um comentário

Voltar

segunda-feira, abril 10, 2006

mãe queremos ainda passear (Da série Sagrados e Consagrados)



mãe queremos ainda passear
e já não temos quem nos leve
perdeu-se o olhar que nos guiava
e explicava os caminhos
perdeu-se a mão dobrada pela
lâmina de tanto trabalhar que
nos amparava se as curvas
da estrada anoiteciam
mãe já não temos a camioneta
azul onde construíamos casas
e vivemos tanta vida
mãe já não temos a carrinha
branca onde voltaste ao
que conhecias para conhecer
de novo onde ouvimo a música
de piqueniques e risos de netas
mãe queremos ainda passear
e já não temos quem nos leve
esperamos uma madrugada
que nos apresse a entrar na
camioneta azul na carrinha branca
um conforto que chegue e nos leve
um conforto que não chega
que não chega nunca mãe.
(josé luís peixoto)

3 Comentários:

Blogger Tuca disse...

Tinhas razão! JL Peixoto é mesmo muito bom. O sujeito é um monstro! Fiquei atónita, com um nó na garganta. Poema lindíssimo.

PS: E esta música de hoje, wonderful.

10/4/06 20:26  
Blogger Leonor disse...

Este também é um dos meus preferidos.

10/4/06 20:45  
Blogger Gláucia disse...

É muiiiiiiiito tudo. Eu avisei, eu avisei. "Preparem seus corações, pras coisas que eu vou postar (...)"

Achei esse muito lindo. Poucos não são muito lindos!

Bjs gurias.

10/4/06 23:07  

Postar um comentário

Voltar

domingo, abril 09, 2006

Presentes (da série Bilhetes e Lembretes)


Sexta-feira ganhei um presente maravilhoso. Chegaram d'além-mar, enviados pela Papalagui, morreste-me e a criança em ruínas, de José Luís Peixoto. Gendocéu (copiando J.L), é tudo muito lindo. Eu sabia que era, pelo que já tinha lido, mas é maior, é grandioso e delicado, é artesanal e veloz, lúcido sem renúncias, belo sem concessões. Obrigada, Papalagui. Senti vontade de dançar e de chorar com essas duas jóias nas mãos. Fui apanhada em cada palavra, em cada página, em cada poema. Não há agradecimento suficiente, não há agradecimento que alcance a delicadeza do teu gesto, nem a pureza do meu contentamento com esses livros entre as mãos. Beijos do sul do Brasil.
imagem: Chico do Vale

3 Comentários:

Blogger Leonor disse...

De nada mesmo, Gláucia, é uma prazer imenso partilhar! Beijos enormes deste lado do mar :)

10/4/06 08:08  
Blogger Héctor Ojeda disse...

Yó te regalo una canción, a ver cómo anda tu sensibilidad. Beijo querida.

10/4/06 17:25  
Blogger Gláucia disse...

Papalagui,
Este blog andará mais bonito nos próximos tempos, graças a ti. Bjs

Héctor,
Gracias e besos.

10/4/06 22:53  

Postar um comentário

Voltar

sábado, abril 08, 2006

Los Hermanos (Da Série Canções do Exílio)


Yo tengo tantos hermanos
Que no los puedo contar

En el valle, en la montaña,

En la pampa y en el mar.


Cada cual con sus trabajos

Con sus sueños, cada cual

Con la esperanza delante

Con los recuerdos detrás.

Yo tengo tantos hermanos

Que no los puedo contar


Gente de mano caliente

Por eso de la amistad

Con un lloro pa' llorarlo

Con un rezo pa' rezar

Con un horizonte abierto

Que sempre esta más alla

Y esa fuerza pa' buscarlo

Con tezon y voluntad.


Cuando parece más cerca

Es cuando se aleja más

Yo tengo tantos hermanos

Que no los puedo contar


Y así seguimos andando

Curtidos de soledad

Nos perdemos por el mundo

Nos volvemos a encontrar.


Y así nos reconocemos

Por el lejano mirar

Por las coplas que mordemos

Semillas de inmensidad.


Y así seguimos andando

Curtidos de soledad

Y en nosotros nuestros muertos

Pa' que nadie quede atrás.


Yo tengo tantos hermanos

Que no los puedo contar

Y una hermana muy hermosa

Que se llama libertad.



(Atahualpa Yupanqui)
Imagem: Alba Luna

4 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

Tuquinha,

Nem sabes como eu amo essa música!!! Vocês ouviam essa canção quando eram pequenas??

Adoro a interpretação da Elis e da minha mãe. Teu post me deixa com tanta saudade do tempo que era criança.
A foto é linda também.

Beijo,
Keiko

8/4/06 10:57  
Blogger Leonor disse...

O poema é lindo, a canção não conheço.

8/4/06 15:32  
Blogger Tuca disse...

Ouvia esta música quando pequena, na voz de Mercedes Sosa. Também acho linda.

9/4/06 09:38  
Blogger Héctor Ojeda disse...

Grande canción, todos somos hermanos sin duda y la mayor se llama libertad. Grande Atahualpa. Saludos.

10/4/06 17:27  

Postar um comentário

Voltar

sexta-feira, abril 07, 2006

Relações de Emprego II (Da série 'me segura qu'eu vou dar um troço')

Reunião da empresa convocada no último minuto do segundo tempo de sexta feira; sem pauta. Lá se vai a criatura, no passo de quem não tem sequer esperanças vãs. A coisa já durava mais de três horas e nada além do mordacento discursinho em primeira pessoa. Ela só conseguia pensar no trabalho que a esperava sobre a mesa. Tentava lembrar de detalhes picantes da noite anterior, fixava algum ponto na parede pra não voltar aos sapatos h-o-r-r-o-r-o-s-o-s ali à frente. O raio da reunião ia atingir o fantástico marco de 'quatro horas' jogadas no lixo, quando o chefe, aquele poço de ineficiência cercado de puxa-sacos por todos os lados, finalmente lascou a coisa mais absurda que ela ouvira nos últimos tempos: 'não quero mais saber de conversinhas e de rádio-corredor'. E pergunta se o cara é chefe do almoxarifado se dirigindo ao material, pra nunca ter ouvido falar em liberdade de expressão. Não, ele não é. Lamentavelmente, ele é chefe do jurídico. Esse que diz, sem pejo, como se fosse a coisa mais normal de se dizer, que as pessoas não podem conversar ou falar entre si pela simples razão de que assim o quer, é o chefe do jurídico. Ela só ouvia rufar de tambores quando uma advogada sênior interpelou demandando explicações, e depois lembrou Mr. Uó de que, pelo menos pensar e falar ainda podia, como bem entendesse, onde bem entendesse, e com quem bem entendesse, independentemente da sua concessão ou do seu desejo. Tchóin...E ela sai da reunião pensando q'esse homem tem é sorte, porque se a outra advogada estivesse lá, ele teria virado polvilho. Seco. E nem eu ia querer comer as rosquinhas...
(Esse é um post de ficção. Qualquer semelhança com fatos da vida real não passa de mera coincidência...)

10 Comentários:

Blogger Tuca disse...

Mera coincidência...

8/4/06 08:58  
Anonymous Anônimo disse...

Plagiando a Soli, virar polvilho seco é um arraso, colega.

Beijo,
Niña

8/4/06 11:02  
Blogger Gláucia disse...

A arte imita a vida, né não?

8/4/06 14:39  
Blogger Dona ervilha disse...

ficção.
melhor se fosse.
sapatos horrosos causam espanto.
.
.
sobre as maçãs. adorei.

9/4/06 00:46  
Anonymous Anônimo disse...

Só pode ser coincidência. Desconheço asno capaz de tal sandice...

9/4/06 19:26  
Blogger Lana Moon disse...

Sr. Anônimo,
quando terminei de escrever pensei justamente isso: eita estorinha que ficou inverossível. Ninguém que tenha chegado a assumir um posto em qualquer jurídico que se preze diria algo assim...da próxima vez vou tentar algo mais próximo da realidade...RISOS.

Ela, e Niña, valeu a visita. Bjs

T. e G., vocês sabem como sou criativa, não é?

9/4/06 22:35  
Anonymous Anônimo disse...

Acho que a inominável está acabando com você. Partiu para a ficção e escreve coisas impossíveis. É realismo fantástico?

10/4/06 00:05  
Blogger Lana Moon disse...

O Sr. Anônimo está a me confundir. A mente criativa que se ocupou da invenção desta inusitada situação é a minha. A mente que se encontra esvaziada (e aí tenho que lhe dar razão) e totalmente voltada à Inominável é a da Gláucia (que não demora dará as caras a nos condenar pela observação e a tentar desmenti-la).
Mas, de fato, aprecio muito o realismo fantástico. Lhe apetece?

10/4/06 02:29  
Anonymous Anônimo disse...

Fiz confusão, mesmo. Agora, que Incidente em Antares é legal...

10/4/06 07:25  
Blogger Gláucia disse...

Mas a pessoa não pode nem ir ali na esquina, hein? Vou te contar. Risos.

10/4/06 22:46  

Postar um comentário

Voltar

quinta-feira, abril 06, 2006

Congresso Internacional do Medo (Da série Sagrados e Consagrados)


Provisoriamente não cantaremos o amor,

que se refugiou mais abaixo dos subterrâneos.
Cantaremos o medo, que esteriliza os abraços,

não cantaremos o ódio porque esse não existe,
existe apenas o medo, nosso pai e nosso companheiro,
o medo grande dos sertões, dos mares, dos desertos,
o medo dos soldados, o medo das mães, o medo das igrejas,
cantaremos o medo dos ditadores, o medo dos democratas,
cantaremos o medo da morte e o medo de depois da morte,

depois morreremos de medo
e sobre nossos túmulos nascerão flores amarelas e medrosas.
(carlos drummond de andrade)
imagem: kalila pinto

4 Comentários:

Blogger Dona ervilha disse...

e porque hoje, nos inspira o medo (que não é o mesmo) e as igrejas.
tá lá, no mundo das ervilhas.

7/4/06 12:40  
Blogger Margarida disse...

Dio santo, deve ser alguma conjunção astral. Mas aquela foto lá no mundo das ervilhas é linda demais! Adorei a visita. Bjs

7/4/06 17:49  
Blogger Tuca disse...

Carlos é o cara! Toda poesia dele é divina. Beijos, Margarida.

8/4/06 08:50  
Blogger Gláucia disse...

Meu livro de cabeceira.

8/4/06 14:37  

Postar um comentário

Voltar

quarta-feira, abril 05, 2006

Margaridas Inventadas (Da série Parabéns a Você)


"O quadro "Margaridas" do norte americano Philip Jamison nasceu de um erro. O artista estava pintando uma paisagem de neve e o efeito estava ruim. "Apliquei uma aguada amarelo esverdeada sobre a área de neve mudando a estação de inverno para primavera." Essas foram suas palavras. Em seguida ele acrescentou algumas margaridas, mas o problema não foi resolvido. Aconteceu então o que as vezes acontece quando o artista comete erros; Jamison não estava gostando do quadro, mas as margaridas lhe agradaram. Ele então mudou tudo e no lugar de uma paisagem de neve, com uma casinha e árvores desfolhadas no fundo, dedicou-se ao tema da margarida e fez um belo quadro centrado na flor. Jámison tem muitos quadros de flores e esse é o tema básico para o artista. Com uma mudança radical Philip Jamison não perdeu a tela. E nem a inspiração." (retirado daqui)
Nós recebemos isso por e-mail, e dizia assim: apenas para ter certeza: e vinha o link. Tivemos certeza. Nem todas as flores nascem flores, algumas se inventam, como nós, ou são inventadas, como essas aí. Não são menos flores, nem são menos belas por isso. Ao contrário, trazem consigo esse mistério da transformação...
O que nós queríamos dizer, em comemoração a esses 6 meses, é que nesse jardim virtual, no aconchego da companhia de vocês, tudo nessa vida ficou mais bonito. Foram 302 posts, muiiiitos comentários lindos, engraçados, queridos, e novas e boas amizades. Nesse período, o Margarida Inventada foi acessado mais ou menos 10.500 vezes, e foram vistas 27.730 páginas. Muitas pessoas voltam com frequência, muitas buscam mais nos arquivos. Isso é intraduzivelmente gratificante. Pra dizer o mínimo. Obrigada por voltarem, obrigada por olharem e lerem, obrigada por falarem, obrigada por tudo que nos tem tornado mais felizes, que nos tem tornado flores...

10 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

Parabéns a vcs, queridas margaridas, e um obrigada infinito por tanta coisa maravilhosa que me/nos têm dado.

Lembrei o Samba da Rosa do Toquinho. Substitua-se a rosa pela margarida e este samba é para vcs mmo.

SAMBA DA ROSA

"Rosa pra se ver,
Pra se admirar.
Rosa pra crescer,
Rosa pra brotar.
Rosa pra viver,
Rosa pra se amar.
Rosa pra colher
E despetalar.
Rosa pra dormir,
Rosa pra acordar.
Rosa pra sorrir,
Rosa pra chorar.
Rosa pra partir,
Rosa pra ficar.
E se ter mais uma rosa-mulher.

É primavera.
É a rosa em botão.
Ai, quem me dera
Uma rosa no coração."

Eu tenho-vos no coração!!!
Beijos mil.
E.

6/4/06 04:13  
Blogger Leonor disse...

Parabéns! Já não vivo sem o vosso bogue e essa cumplicidade que se criou com este mar a nos separar mas também a nos unir me comove muito. Beijos grandes

6/4/06 08:23  
Blogger Lo disse...

Começo a ler o post, vou lendo, lendo e pensando "esse texto é da Gláucia"... acertei de novo!

REALIZANDO coisas então? Q bom.
Um bj

6/4/06 09:07  
Blogger Tuca disse...

Apesar de alguns dias "parcialmente nublados" ou de algumas "chuvas esparsas", neste jardim é sempre primavera... Parabéns às Margaridas Inventadas!

6/4/06 16:46  
Blogger Gláucia disse...

Lô,
Eu tô morrendo de rir. Evidente que o texto era meu. Mais alguém conseguiria contar seis meses entre novembro e abril? É claro que não.
Elis e Papa, obrigada pela companhia por esse tempo, e pelas palavras lindas que vocês deixam aqui.
Tuca, nosso problema com números é genético!!!!!!!!!!
E agora, eu tinha pensado nesse post e guardado a idéia pros 6 meses. Como pode a pessoa ser tão doida e sobreviver???????

6/4/06 17:21  
Anonymous Anônimo disse...

Direito por vocação ou por absoluta incapacidade de lidar com números?

6/4/06 20:08  
Blogger Gláucia disse...

Por vocação é certo que não. Talvez, Zé, talvez tenha sido a absoluta incapacidade, mesmo.

6/4/06 21:13  
Blogger Tuca disse...

Bahhh... Recém agora me dei conta do erro de cálculo!

7/4/06 09:51  
Anonymous Anônimo disse...

Eu ia fazer uma homenagem ontem, quebrei a cabeca tentando encontrar a letra da cancao que ia postar, quando li da pequena antecipacao de um mes. A gente podia comemorar os cinco meses, ne nao??

De qualquer forma e muito bom te-las virtualmente proximas. E bom que possamos compartilhar.

Adoro todas voces...Beijo,
Nina

7/4/06 11:40  
Blogger Gláucia disse...

Niña,
já ficou pelos cinco meses, já ficou. Mas essa foi a mais engraçada até agora, não foi?

7/4/06 17:36  

Postar um comentário

Voltar

terça-feira, abril 04, 2006

Preparando (Da série Bilhetes e Lembretes)


Atenção, senhoras e senhores leitores, frequentadores assíduos ou eventuais deste blog: a postagem precedente foi a de nº 300. Sim, 300. E está linda, não está? Eu sou suspeita suspeitíssima, pois amo a poeta e o pintor ("Me é estranha e longínqua minha face/ E de mim se desprende a minha vida" é simplesmente tudo de bom).
***********
E nós, Margaridas-chiquerésimas, agora com musiquinha opcional!!

************

Aquela que não se pode nomear anda numa lerdeza tartarugal. E, por razões óbvias, eu com mais saudades da irmã que está longe, das que estão perto e minha mão não alcança, dos amigos distantes, dos próximos que não tenho visto...assim como de cinema, vinho tinto, corrida, chuva na cara, suor no corpo. Me prometi vinho-prêmio na sexta, se fechar um número pré-determinado de laudas.
************

Amanhã é aniversário de 6 meses do Margarida.
************
Post do
Conto as Favas, sobre racismo no futebol, remetendo a posts específicos do rfonceqa e do Animot, que são pérrolas. Aliás, divino o texto do Divino Fonseca (ele deve ter ouvido mil vezes o trocadilho infame!!!) - a fonte. Eu sei, tô ficando monomaníaca: igualdade, racismo, ações afirmativas e arredores. Mas é o jeito, povo, é o jeito. Vai passar.
***********
imagem: Amor Loucão

3 Comentários:

Blogger Joelma Terto disse...

Feliz aniversário antecipado, então. Tudo lindo aqui, como sempre. E, dona Glau: é só uma... (ok, tu sabe o mantra) :)
beijos querida

5/4/06 00:31  
Blogger Héctor Ojeda disse...

Felicidades por 6 meses, escribes bastante seguido por lo que pienso debes ser una chica muy entretenida. El racismo no debe ser aceptado en ninguna parte. Todos los colores del arco iris son necesarios para ver la luz. Un besito Glau.

5/4/06 10:48  
Blogger Gláucia disse...

Jô, querida, que saudades da tua casa virtual. Ontem andei lá rapidíssimo e só fiquei com mais saudades. Eu repito, eu repito sempre que 'é só uma...'. Bjs, e obrigada pela visita.

Héctor,
Obrigada. Lindo isso das cores do arco-íris. Besitos também pra ti.

5/4/06 21:57  

Postar um comentário

Voltar

segunda-feira, abril 03, 2006

A Hora da Partida (Da série Sagrados e Consagrados)



A hora da partida soa quando
Escurece o jardim e o vento passa,
Estala o chão e as portas batem, quando
A noite cada nó em si deslaça.

A hora da partida soa quando
As árvores parecem inspiradas
Como se tudo nelas germinasse.

Soa quando no fundo dos espelhos
Me é estranha e longínqua a minha face
E de mim se desprende a minha vida.

(sophia de mello breyner andresen)
imagem: picasso

7 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

O post é lindo. E ouvindo a canção ao fundo então. Só agora os alto-falantes estavam ligados. Lindo demais. Beijos, Niña

4/4/06 10:48  
Blogger Miranda disse...

Niña,
Que bom que gostaste. Estamos experimentando.
Bjs

4/4/06 11:14  
Blogger Tuca disse...

A-DO-REI!!!!!!! A novidade do som. Esta música é algo... Bárbaro, Harriet. Beijos.

4/4/06 15:38  
Blogger Tuca disse...

A poesia também é linda. Uma das minhas preferidas da Sophia.

4/4/06 15:39  
Blogger Gláucia disse...

Pheeeeeeeeenas!!!!!

4/4/06 21:13  
Blogger Joelma Terto disse...

Déjà vu: publiquei essa imagem uma vez no blog. Há mais de três anos atrás, quando estava numa faze AZUL da minha vida. Quer dizer, eu estava APAIXONADA pela cor azul. Sensação boa de revê-la aqui, hoje. Beijo lindas margaridas

5/4/06 00:29  
Anonymous Anônimo disse...

GENDEDEUS. Que isso que toca música agora??
Adorei, adorei, adorei.
Essa música é linda.
Beijos

5/4/06 10:09  

Postar um comentário

Voltar

domingo, abril 02, 2006

Carta de Aniversário (Da Série Cartas Reenviadas)


Tuca:
Nesta data, atéia, rezo por ti, por nós. E te escrevo minha oração, para que compreendas melhor as razões secretas de certos gestos simples. Que nossa ligação não se restrinja nunca a uma vaga idéia de laços de sangue através do tempo. Que de agora até o final da tua madureza saibas honrar, como até então tens honrado, a tradição literária, filosófica e estética que estão nas nossas raízes. Tu, filha do poeta das "luas andarengas", que faz da própria vida seu maior poema, do qual fazes parte, não abandones nunca o amor aos livros, aos clássicos, pois eles são inspiração e refúgio, serenidade e sabedoria. Tu, filha de uma advogada que jamais declina de uma causa justa por falta de pagamento, não entregues teus ideais por facilidades, pois nossos ideais são o farol que ilumina nossa tajetória por esse imenso sertão que é o mundo. Orgulha-te da tua família, com todos os loucos, gênios, brigas e imperfeições, pois é isso que faz dela uma família. Perdoai os que te ofendem. Não pela fé, talvez equivocada dos teus, mas pela grandeza infinita que eles te ensinam diariamente. E quando te faltar força, lembra do princípio. Lembra que nossos avós eram gente simples e pobre, que nada tinham além da própria dignidade. Tira daí tua força para saber que a dignidade é nosso maior bem. "Os templos são sagrados porque não estão à venda". Faz do teu nome um templo, e zela para que os vendilhões jamais tomem conta dele. Os partidos políticos, os grupos, as crenças, não passam de instrumentos para nossos ideais humanistas. Foge sempre dos sectários, fanáticos e dogmáticos, pois teu maior bem é teu espírito livre. Enfim, minha irmã, lembra sempre que uma grande mulher se forja com coragem e espírito, e o tempo se encarregará de te devolver a carne e a força dos teus antepassados. Feliz aniversário. Com amor, Gláucia.

(De Gláucia para Tuca em 02 de Abril de 1995)


Esta foi uma das cartas mais bonitas que já recebi. É relida por mim a cada 02 de Abril, há 11 anos. E esta "oração", me ofertada quando ainda guria, tem me guiado desde então.


Imagem: Kim Anderson

12 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

Ninguém pode escrever assim impunemente. Falo sobre Hermanas (já na epoca em que o texto surgiu queria dizer, recrimino-me como ninguém por não haver dito), falo sobre o texto congratulação desse dia, falo sobre a carta da irmã para a irmã, de 02 de abril de 1995. Que a lindeza do texto de vocês já não é promessa há muito: são flores de uma beleza no solar doméstico germinada, no solar doméstico cultivada e crescida . Não retórico, escrevo português: se a essa elegância se somar o cultivo assíduo, se a esses dedos, a essa graça de pétala somar-se terno e contínuo exercício, o nome Retamozo, recebido de poeta pela natureza, poderá ser pelo talento, pela indústria não apenas reconquistado, mas tornar-se – tão fresco, tão vigoroso em vocês – alcunha sinônimo, Cicero de retórica, Retamozo de beleza literária. Essas são as tábulas que o próprio MI sancionou, e que nós todos, a partir de sempre, postulamos e aguardamos de vocês.
Ad multos annos uiuas, Tuca!

marcant

2/4/06 20:39  
Blogger Tuca disse...

Comentário precioso! Tamanho elogio vindo de ti, Marcant, me deixa muito envaidecida. Obrigada. Beijos.

2/4/06 21:58  
Anonymous Anônimo disse...

Sem dúvida...este é um dos textos mais bonitos que já li. E me toca muito, muito mesmo, principalmente por ter sido escrito de irmã para irmã. E não irmãs apenas de sangue, mas irmãs de alma. A irmandade de vocês é tão linda que faz chorar.

Beijos para as duas.

2/4/06 23:28  
Anonymous Anônimo disse...

EEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE
Feliz aniversário, cidadã do mundo. Um beijo bem grande cheio de carinho e de admiração.

3/4/06 01:08  
Anonymous Anônimo disse...

Oi Glaucia. Acabei de te linkar no RS Urgente, já iniciando também uma "concorrência" ao Margarida Inventada. Já larguei com T.S.Eliot, que não sou besta....

3/4/06 01:28  
Blogger Gláucia disse...

Tuquinha, sua demente, já me lavei chorando de novo. Principalmente porque quando vi o post, já havia o comentário do Marcant, que, nem preciso dizer, me nocauteou. Esse sabe exatamente onde nos aperta o sapato...

Niña, querida, sabemos nós que irmandade de alma nada pode quebrantar...

Rô, sua demônia, só em dia de festa pra ti aparecer, não é?

Marco, querido, já saiste na frente, indiscutível. Eu é que tô sissi completa por fazer parte de um blog linkado por outro assim, sério, informativo, inteligente e tudibão que nem o RS. Adoro vocês.

3/4/06 04:13  
Anonymous Anônimo disse...

Carta-oração-guia espiritual-farol de vida-lição de força e dignidade-palavra de amor. Maravilhoso! Eu própria quero tê-la sempre comigo para me guiar. Obrigada Tuca e Glau! Estranhamente ou talvez não sinto-vos como parte das irmãs que não tive.

3/4/06 06:03  
Anonymous Anônimo disse...

Orei. Adorei. Me sinto um rei, autor da própria história. Obrigado.

3/4/06 08:46  
Blogger Tuca disse...

Obrigada, Ro, Niña, Marco, Claudio... Beijos

3/4/06 18:18  
Blogger Tuca disse...

Glau, qualquer coisa que te escreva será pouco para te dizer o quanto me fazes feliz, o quanto fico-te grata não somente pelo post, mas por todo o resto, por tudo... Te amo. beijos.

3/4/06 18:23  
Blogger Gláucia disse...

Elis,
Acho que nada estranhamente somos as irmãs que se encontraram. Assim considero também a Niña.

Cláudio,
Que bom que adoraste. Ficamos felizes de assim agradar, diria Yôda.

Tuquinha,
Apenas: mereces. O post e todo o resto. Também te amo.

4/4/06 01:42  
Blogger Gláucia disse...

Melina,
que boa visita!

4/4/06 17:40  

Postar um comentário

Voltar

Tuca (Da série Parabéns a Você)


Minha querida irmã

Queria te escrever o que de mais bonito uma irmã já escreveu à outra, para te desejar feliz aniversário. Queria escrever quase-desenho, luz e sombra, fazendo justiça à beleza da tua brancura, perpetuamente re-inaugurada no corpo negro do teu amado; fazendo justiça a teu espírito livre e tua coragem desmedida. Queria escrever quase aquarela, pintando as cores da enganadora fragilidade da tua figura, hoje mais forte do que ontem, permanentemente refeita dos revezes e tristezas que enfrentas tão altivamente. Queria escrever óleo sobre tela, em cores intensas, da minha admiração sem fim, da minha saudade que nunca cessa, da falta que me faz o amor que leio nos teus olhos. Então lembrei da coisa mais bonita que já li, na vida, sobre irmãs. Diz assim:


Hermanas. Brotadas de la misma semilla. Descendientes del mismo tronco. Raíces comunes. Común herencia. Un alma, dos molduras. Parábola y hipérbole.
Hermanas. Han sido apartadas. Por la vida. Por el mar. Por sus propios sueños. Distintos, distantes.
Hermanas. Lejanas. Les inunda el extraño. Les alaga el llanto. Les llega el miedo. De la soledad, del olvido.
Hermanas. Cambian cartas y canciones. Cambian palabras y silencios. Gustos y disgustos. Y esperan horas, días, meses. Hasta el próximo encuentro. Hasta el próximo abrazo.

E o escreveste tu, minha irmã. Tenho tanto orgulho de ti! E cá estou, escrevendo teu nome na areia, soletrando teu nome, meu nome, nosso amor, que nenhum mar há de apagar. E sigo esperando horas, dias, meses. Até o próximo encontro. Até o próximo abraço...
Te Amo,

imagem: Drawing in the sand - Dorry van de Winkel

19 Comentários:

Blogger Leonor disse...

Me desulpem a intromissão mas o texto está lindo! E muitos parabéns, Tuca!

2/4/06 07:33  
Anonymous Anônimo disse...

Vi o quadro, primeiro. Fui lendo o texto, depois. Texto e quadro ficaram um só. Depois, a beleza, a pureza, a doçura que extravazavam dele já eram todas O QUADRO. Tu pintaste obra-prima de amor. Que prenda maravilhosa de irmã-amiga, para amiga-irmã! Mil beijos para ambas.

2/4/06 09:09  
Anonymous Anônimo disse...

Parabéns Tuca!
Como a Gláucia disse que era mais fácil falar contigo por aqui, vim te desejar um feliz aniversário.
Beijos da sempre amiga, Karina.

2/4/06 11:07  
Blogger Alex disse...

Com um post desses o que resta pra gente falar?

Parabéns e felicidade sempre, Tuca.

Baijão

2/4/06 12:12  
Anonymous Anônimo disse...

Clarissa ( Tuca)
Depois de tudo que foi cantado pela Gláucia, tua irmã, só resta APLAUSOS !!
O amor de vcs. sempre foi grande.
Como grande foi o amor de JR, que se plantou em mim para germinar novas sementes. E a colheita veio,farta de promessas de amanhãs.
Quando lancei-as ao mundo, sabia, teriam vôos mais altos, céu pleno e nem tanta serenidade, pois almas inquietas.
Me fizeram ninho e alimento numa época de irresistível estado de graça.
Amo vcs.,e sei, reconhecem o quanto as amo, ternura e carinho para essas duas filhas maravilhosas.
Aldira

2/4/06 15:07  
Anonymous Anônimo disse...

Tuca,

Que lindo! Parabens e muitas, muitas felicidades!

Beijo,
Keiko

2/4/06 16:17  
Anonymous Anônimo disse...

Tuca,
FELIZ ANIVERSÁRIO!!!
Amor no coração, saúde no corpo!!!
Um beijo
J.L.
PS - Gláucia, o post tá lindo de viver.

2/4/06 17:01  
Blogger Tuca disse...

Gláucia, quisera eu ter aquarela e pincéis, tela em branco e inspiração certeira para responder-te.
Adorei o post. Poema-pintura. Obra-prima de belas palavras.
Só me resta agradecer. Por seres o que és para mim, por seres minha, minha irmã, por fazeres parte da minha vida desde sempre "y hasta siempre".
Também me orgulhas muito. Também te amo! Amor que nenhum mar dilui.
Beijos.

2/4/06 17:10  
Blogger Gláucia disse...

Já tô chorando, já tô. Bjs

2/4/06 17:18  
Blogger Tuca disse...

Aldira, parte do que fui e sou devo à ti e ao pai. Obrigada pelo que escreveste, pelos ensinamentos, pelo carinho. Obrigada por tudo. Também te amo, mãe!

2/4/06 17:22  
Blogger Tuca disse...

Rá, rá! Minha irmã é doida e todos pensam que ela é faceira...

(Também me fazes chorar cada vez que referes este teu amor incondicional por mim)

2/4/06 17:26  
Blogger Tuca disse...

"Personas, Mi Gente, Mi Pueblo": Gracias, gracias, gracias! Papalagui, Elisabete, Alex, Keiko, JL.
Karina, quantas saudades...
Adorei todas as homenagens. Beijos a todos.

(Estou com o "egão descontrol" como diz Glau, a louca.)

2/4/06 17:33  
Blogger Margarida disse...

Feliz Aniversário, Tuquinha. Estamos comemorando juntas.
Harriet e Marga

2/4/06 18:03  
Anonymous Anônimo disse...

Tá, cheguei atrasada, como sempre, mas para desejar de todo coração um Feliz Aniversário, com muita saudade e carinho, para a mana tuca-pituca-mutuca, que está no além-mar, mas resta em nosso pensamento todo dia, toda hora. A mana que me recepcionou, nua pela casa, dizendo "Calane, tu sedou", na recepção mais calorosa que já tive até hoje. Beijos mil, Tu, sabes o quanto te amo e te sinto falta.

2/4/06 19:42  
Blogger Tuca disse...

Harriet e Margarida. Comemorem por aí, pois aqui a coisa está bombando (ou deveria dizer explodindo)! Orgia gastronômica... Churrasco e feijoada no almoço; torta de sorvete na sobremesa. Jantar, macarronada! Ok, amanhã, segunda-feira, começo a dieta. Adeus pastéis de nata!
Obrigada, gurias. Beijos.

2/4/06 20:01  
Blogger Tuca disse...

Biba, não chegaste tarde. Serás sempre recebida por mim como da primeira vez, calorosa e alegremente (pero vestida).
Obrigada. Também te amo. Também sinto muito tua falta. Beijo.

2/4/06 20:08  
Blogger Gláucia disse...

Povo, que bom que vocês gostaram do post. A dementinha (irmã da demente) merece, mesmo.

3/4/06 04:16  
Blogger Héctor Ojeda disse...

Felicidades, hermoso post y son ustedes GEMELAS...? Abraco Glau.

4/4/06 14:24  
Blogger Gláucia disse...

Gêmeas de alma, talvez. Mas literalmente falando, não. Porém muito parecidas, muito próximas, desde sempre.

4/4/06 17:19  

Postar um comentário

Voltar

sábado, abril 01, 2006

Adélia Prado (Da Série Sagrados e Consagrados)


O amor quer abraçar e não pode.
A multidão em volta,
com seus olhos cediços,
põe caco de vidro no muro
para o amor desistir.
O amor usa o correio,
o correio trapaceia,
a carta não chega,
o amor fica sem saber se é ou não é.
O amor pega o cavalo,
desembarca do trem,
chega na porta cansado
de tanto caminhar a pé.
Fala a palavra açucena,
pede água, bebe café,
dorme na sua presença,
chupa bala de hortelã.
Tudo manhã, truque, engenho:
é descuidar, o amor te pega,
te come, te molha todo.
Mas água o amor não é.

(adélia prado)
imagem: magritte

5 Comentários:

Blogger Tuca disse...

Miranda, este poema foi escolhido a dedo! Lindíssimo. Perfeito. "Sagrado e Consagrado". Beijos.

2/4/06 17:37  
Anonymous Anônimo disse...

A Adélia Prado é. E ponto.
Feliz pela visita ao mundo das ervilhas.

4/4/06 08:58  
Blogger Miranda disse...

E adorei a ilustração, também.

4/4/06 11:16  
Blogger Alex disse...

Poema Começado no Fim


Um corpo quer outro corpo.
Uma alma quer outra alma e seu corpo.
Este excesso de realidade me confunde.
Jonathan falando:
parece que estou num filme.
Se eu lhe dissesse você é estúpido
ele diria sou mesmo.
Se ele dissesse vamos comigo ao inferno passear
eu iria.
As casas baixas, as pessoas pobres,
e o sol da tarde,
imaginai o que era o sol da tarde
sobre a nossa fragilidade.
Vinha com Jonathan
pela rua mais torta da cidade.
O Caminho do Céu.

Adélia Prado tem uma linguagem tão mãe-que-a-gente-queria-ter, não é?

beijos

4/4/06 13:27  
Blogger Lana Moon disse...

Alex, Lindo, Eu não tinha visto seu poema, não. Vi nas entradas do mail que controla os comentários e vim correndo, porque, como esse só faz comprovar, vc só escreve coisas lindas, como "tão-mãe-que-a-gente-queria ter": um primor. A perfeita tradução da identificação-cheiro-de-café-com-leite que a gente sente quando a lê.
Bjs pra vc.

Adorei o mundo das ervilhas. Como seu texto é bom!

T. e H,
pra ser bem sincera e pouco modesta, eu também achei lindo.

5/4/06 17:24  

Postar um comentário

Voltar

free web stats eXTReMe Tracker

Apollofind Counter

referer referrer referers referrers http_referer