terça-feira, janeiro 31, 2006
segunda-feira, janeiro 30, 2006
Muito calor (Da série Informes do Tempo)

Um dos meus interlocutores do dia me fez uma pergunta que, aliás, nem pergunta era: "tu já reparaste que quando se trata de universidade a tua cabeça continua na filosofia?" Não, eu não tinha reparado, professor. Quer dizer, eu percebo que penso de certo modo todo e qualquer problema teórico que se apresente, mas não tinha reparado que esse modo de pensar denuncia que minha cabeça nunca saiu da filosofia... Vejam bem...
Num almocinho tão vegetariano quanto produtivo, conversei com um cara muiiiito, mas muiiiiito bacana sobre a dissertação. Meu tema é bem próximo do tema do doutorado dele. As abordagens são bem diferentes. E, coisas da vida, temos vícios muito parecidos: corrida - inclusive já tivemos o mesmo treinador, comida - almoçamos quase todos os dias no Ocidente e por aí afora. O mesmo interesse certamente não é coincidência. O encontrinho foi patrocinado, é claro, por Dona Emília, fada madrinha e orientadora espiritual by Organizações Tabajara.
NIÑA: APAREÇA JÁ NO MAIL.
Agora é oficial: amanhã estou de dieta. Rigorosa. Antes que eu vire uma baleia. Acho que engordei 1k na última semana.
A previsão do tempo é calor aumentando e aumentando e aumentando. Haja ar condicionado.
Imagem: Salete Retamoso Palma (óleo sobre papelão)
11 Comentários:
- Tuca disse...
-
Glau, a neve aqui só durou um dia. Foi apenas uma massa de ar polar que passou rapidamente. Neve em Lisboa é mesmo um evento muito raro, a última antes de domingo havia sido em 1952. O frio continua, mas já temos sol.
A Ticcia já chegou, deixando-me bem feliz, dando-me a segurança de que tem uma procuração tua para me ouvir e me acarinhar. Recebi as encomendas que mandaste. Adorei tudo, cada peça, as antigas e as novas. Principalmente os "mimos" de erva doce. Obrigada. Te amo. Beijos.
Ah, deixa de ser louca, se fazes dieta, vais minguar... Deixa para pensar em dieta depois de voltares das férias que passarás aqui comigo em abril. - disse...
-
Gláucia, obrigado sempre pelo seu carinho. Eu deletei o meu blog, mas espero voltar rápidinho. Assim que acontecer eu venho te convidar para conhecer a casa nova.
- disse...
-
Tuca, há muito frequento este blog e já sou completamente apaixonada pelo que a Gláucia e vocês escrevem. Ela já sabe disso... Queria um favor! Meu pai chegou em Lisboa hoje e fica até sábado. Me conta o que é imperdível aí para que eu possa mandar para ele.
Muito Obrigada!
Beijos,
Leticia - Tuca disse...
-
Letícia, há tantas coisas boas, bonitas e imperdíveis em Lisboa... Dentre as quais eu destacaria uma visita ao Castelo de São Jorge, à Torre de Belém, ao Mosteiro dos Jerónimos, ao Padrão de Descobrimento e Docas de Alcântara. Uma volta pela Av. da Liberdade, pela Baixa Lisboeta (sem deixar de provar as castanhas assadas que vendem na rua nesta época do ano), Chiado, Rossio, Praça da Figueira, e caminhar pela Rua Augusta até a Praça do Comércio. Uma noite no Bairro Alto, típica boemia, restaurantes tradicionais e casas de fado. Há também muitos museus legais, Casa Fernando Pessoa, Museu da Cidade, Museu de Arte Popular, Museu do Palácio Nacional da Ajuda, Museu Nacional do Azulejo, Museu do Livro, Museu de Coches... Planetário Calouste Gulbenkian e Oceanário de Lisboa. Um passeio no Parque das Nações às margens do Tejo. Não esquecer de comer bacalhau às natas, cherne grelhado, arroz de polvo e, óbvio, pastéis de nata! Os queijos e vinhos portugueses também são deliciosos... Boa estadia para teu pai em terras de Camões.
PS: Pode ser que tenha me faltado alguma dica, que pode ser obtida em qualquer quiosque de informação turística na cidade. - disse...
-
Elogiei cedo demais...
- Gláucia disse...
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Tuquinha,
esse quilo a mais se alojou nestas últimas semanas de angústia dissertativa...Preciso me livrar dele antes que se multiplique.
Thiago,
Vou esperar o convite pra casa nova, então. Enquanto isso, nos encontramos por aqui pelos jardins mesmo. Bjos
Letícia, que jóia que teu pai está lá. Que aproveite a viagem. Bjos pra ti tbém.
Zé, querido,
eu tô me esforçando. Verás. Até de direito estou conseguindo falar. Bjim. - Lo disse...
-
Oi, Gláucia
Só entrei pra dar um alô, pra dizer que fiquei surpresa ao achar teu blog por acaso. Não sei se tu lembra de mim, fizemos aula de pilates juntas umas vezes. Eu, a pisciana (é q vc citava que piscianos estavam entrando na sua vida e tal, sei lá). Se não lembrar, tudo bem! Legal te achar. - Gláucia disse...
-
Claro que me lembro. E o melhor tu não sabes. Depois entraram muitos outros piscianos na minha vida. Vários. É uma invasão incrível. Mas estou começando a entender. Beijos. Vou visitar teu blog. Ainda estás fazendo pilates? Não te vi mais.
- Lo disse...
-
Tá começando a entender piscianos? Ah, então me explica! hehehe
Vou passear por aqui mais vezes. bjs - disse...
-
Tuca, muito obrigada. Passei tudo para ele. Hoje ele vai em Fátima, amanhã no Porto. Acho que alugou um carro.
- Gláucia disse...
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Não lo, tô começando a entender porque tantos entraram de repente na minha vida. Essa invasão em bando de piscianos, de um tempo pra cá. É isso q estou entendendo. Se entendesse vocês ia me achar. Eita gente doida!
domingo, janeiro 29, 2006
Neve em Lisboa (Da Série Informes do Tempo)

Hoje, ao abrir a janela, surpresa... Flocos de neve caindo do céu num bailado sinfónico, a forrar a paisagem de branco, a transformar as ruas numa alfombra alva.
Saímos, bem agasalhados - várias camadas de roupas, gorros, luvas - para almoçar numa Taberna Española cerca de casa. No caminho, os flocos de gelo íam pontilhando de branco nossos casacos pretos. Lindo! Adoramos nossa primeira neve...
Imagem: Dani
4 Comentários:
- Leonor disse...
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É inacreditável!!!!!! Aqui em Mafra, bem pertinho de Lisboa, nevou. Nunca em meus dias me lembro de tal coisa, nem existe memória de uma coisa assim...
- Leonor disse...
-
Resta acrescentar que esta foi também a minha primeiríssima neve aqui.
- Gláucia disse...
-
Que máximo. A Tuca deve se considerar uma felizarda, então, por ter sido agraciada com esse espetáculo.
- Tuca disse...
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Foi mesmo um espectáculo!
Muito bonito...
sábado, janeiro 28, 2006
Cartas do Atlântico, etc (Da série Imorais e Surreais)

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Terça-feira vou correr uma Meia-Maratona de Revezamento. Sai ali da Usina do Gasômetro (Porto Alegre). Me encontro bem feliz da vida com isso, pois estou já há algum sem participar de uma corridinha assim, digamos, 'oficial'.
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Estou me sentindo um elefante peregrinante, a prôpo. O último dia em que consegui dar uma corrida foi domingo. Fiz uns 12k, num ritmo muiiiiiiiito lento. Hoje já é sexta. Se eu não conseguir correr amanhã, enlouqueço.
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Hoje saí em férias desoficialmente. Oficialmente havia saído na quarta-feira. Deveria estar feliz. Mas eu sai do prédio onde trabalho com uma sensação muito estranha. Fiquei me sentindo o Morgan Freeman em The Shawshank Redemption (Um sonho de liberdade(?)). Serei eu um ser institucionalizado? Serei?
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Acho que um dos 'pobrêma' é que agora essa dissertação vai ter que render (pressão total galera, pressão). E mais: eu tava errada. O buraco é mais embaixo. Ou melhor: mais em cima. Essa não é a única má notícia: minha analista também saiu em férias (por um mês, môdeus). E a Tíccia também está saindo em férias. Espero que o meu cérebro não saia em férias. Nem meu orientador. Nem pelo menos um ou dois amigos que falem a minha fala. Maria Emília, tu nem pensa em férias até 31 de março. Não te faz de lôka.
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Tô ouvindo HERMANOS, "Último Romance", enquanto escrevo esse post. Djo LOS amo. Agora "De onde vem a calma".
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Hoje um colega me perguntou se acredito em Deus. Me lembrei do Proslogium, de Santo Anselmo, da prova da existência de Deus. Me deu uma nostalgia do cão...
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Voltando ao Cartas do Atlântico: o jantar no Pátio estava ótimo. E teve tudo: charutos, família, devassidão e metafísica. Bom começo. Agora tô ouvindo (por ELES, claro), "Uma brasileira". Tudo.
Imagem: Cláudio Muller, com exclusividada para A Margarida Inventada
2 Comentários:
- disse...
-
quem é Claudio Muller
- Gláucia disse...
-
É um fotógrafo espetácular que, vez em quando, tem a bondade de nos enviar algumas fotos de seu arquivo pessoal para postarmos aqui. é ou não é muita gentileza? Por isso q eu sempre digo: o melhor desse blog são os frequentadores...
sexta-feira, janeiro 27, 2006
Mora em Mim (Da série Sagrados e Consagrados)
mora em mim
o que eu sinto quando te vejo,
quando te olho,
olho a tua beleza,
só a tua beleza...
eu te desejo...
eu te desejo sempre mais.
eu ainda não te conheço
e já não te esqueço,
já festejo a tua chegada.
ilumino o meu ser
para que seja o teu cais.
torno-me confortável,
para ser a tua morada...
há sol, há flores,
há lua e estrelas,
há orvalhos em mim.
faz de mim o teu novo endereço,
a tua casa...
mora em mim.
Imagem: Majestic Poppy, by Ywing Ming Jyang
quinta-feira, janeiro 26, 2006
Um homem com uma margarida no peito (Da série "Vejo Flores em Você")

(Este texto vai dedicado a todos os meninos e meninas que tiveram coragem de voltar ao portão, e seguiram em frente, mesmo que não lhes tenha nascido uma flor ao peito...ainda)
Imagem: João Castela Cravo
7 Comentários:
- Alex disse...
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Sinceridade, Glau?
Tu me dás medo!
Porque no meu peito já se criam margaridas há anos, graças a Deus, que Ele as pôs lá.
Tu és louca, mulher! Estes segredos a gente nao escreve assim deste jeito...
Isso não se faz.
Te beijo - Leonor disse...
-
Gláucia, vai ao meu blogue ;-)
- Gláucia disse...
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Alex, querido, eu já sabia que trazias margaridas no peito. Só um homem com margaridas no peito poderia me alcançar a mão através do oceano, me fazer rodopiar sozinha pela sala depois de ler um pqne (post que não esperava), e me fazer dormir a milhas de distância. Tenha medo não. Eu sei que tu preferes as loucas (de tão sinceras). Bjos
Papa, acabo de voltar da tua página. A margarida que me ofereceste ainda é da minha cor preferida! Queria ainda dizer-te que, pelo que escreves, pelo que nos une, pela tua capacidade de estar cá e além mar ao mesmo tempo, também já havias denunciado as flores ao peito. Eu só não sei quais são. - Gláucia disse...
-
Thiago, querido, nunca é tarde pra brincar. Mas ir lá no portão espiar o menino sempre ajuda. As vezes a gente enxerga coisas que podem surpreender ou explicar e re-significar outras tantas. E ficar menos só nunca é definitivo, é sempre incidental. Eu me sinto menos só quando vens aqui. Me senti muito menos só quando disseste que havia mandado o "cem morangos" pra tua amiga...
Uma coisa dura mas muito importante, eu a tenho aprendido nos últimos tempos: para Encontrar o Outro, é preciso ter Encontrado antes o menino, constatado certas faltas (o que, em geral, é regado a muita lágrima) e ter encontrado, em si o vazio no qual o Outro vai ser acomodado e poderá se sentir bem. Então, sós, é bom que não esqueçamos de cultivar as flores em nosso peito. Bjos. Muitos. - Gláucia disse...
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Não tenho muitas mais a não ser q estou sempre aqui. Aliás, tenho. Uma música: Haja o que houver (Madredeus). Mais bjs,
- Tuca disse...
-
Es-tu-pen-do! Obrigada, Glau. Te amo!
- disse...
-
Para mim, uma das estórias mais belas e enternecedoras de sempre. Uma pequena obra-prima!
Obrigada, minha querida amiga!
Tanto Mar (Da Série Canções do Exílio)

Foi bonita a festa, pá
Fiquei contente
E inda guardo, renitente
Um velho cravo para mim
Já murcharam tua festa, pá
Mas certamente
Esqueceram uma semente
Nalgum canto do jardim
Sei que há léguas a nos separar
Tanto mar, tanto mar
Sei também quanto é preciso, pá
Navegar, navegar
Canta a primavera, pá
Cá estou carente
Manda novamente
Algum cheirinho de alecrim
(Chico Buarque)
Imagem: José Branco
quarta-feira, janeiro 25, 2006
O Pipoqueiro (Da Série Inéditos e Dispersos)
Fui na reunião de pais da escola dos pequenos
Saí pensando:
estudo o dia inteiro
quando saio do colégio
encontro o pipoqueiro

meu pai olha pro relógio
ele diz não tem dinheiro
e me puxa para o lado
aí o pipoqueiro grita
- Pó... pode levar fiado!
meu pai fica furioso
acho que entendeu errado
aí é que o pipoqueiro grita
- pipoca salgada, pipoca doce,
pipoca com beicon, pipoca com côco
não sei se é o pipoqueiro
ou a falta de dinheiro
que tá deixando meu pai louco!
As Margaridas te adoram, te amam, te veneram...
2 Comentários:
- disse...
-
Doce, tão doce, como é a pipoca de que mais gosto :o)
- Gláucia disse...
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Doce como tu és Elis. Bjos
terça-feira, janeiro 24, 2006
Maluca (Da série Trilhas Sonoras do Dia)

Num dia triste de chuva
Foi minha irmã quem me chamou pra ver
Era um caminhão, era um caminhão
Carregado de botão de rosas
Ei fiquei maluca
Por flor tenho loucura, eu fiquei maluca
Saí
Quando voltei molhada
Com mais de dúzias de botão
Botei botão na sala, na mesa, na TV, no sofá
Na cama, no quarto, no chão, na penteadeira
Na cozinha, na geladeira, na varanda
E n janela era grande o barulho da chuva
Da chuva
Eu fiquei maluca
Eu fiquei maluca
(Luís Capucho, na voz da Cássia Eller)
Imagem: Beti Campos
1 Comentários:
- Tuca disse...
-
Não conhecia esta música. Mas adorei a letra, vou procurá-la para ouvir. Beijo.
Com exclusividade (Da série 'me segura qu'eu vou dar um troço')

Lili, agora no verão, na chuva, elas são uma boa pedida. Pelo menos parecem melhores do que aquele tênis...
8 Comentários:
- Tuca disse...
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Ah, eu quero, eu quero, eu quero!!!!!!!!! Glau, traz-me um par de "Havaianas Margaridas" na mala, ok?! Meu número é 36!!! Beijo.
- Tuca disse...
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Amei!!! Lindas!!!
- Gláucia disse...
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Certo, combinado.
Bjo. - Tuca disse...
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Êba!!! Obrigada.
- Leonor disse...
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A sério mesmo? Mil parabéns e são lindas!
- Gláucia disse...
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Não é sério, não. É brincadeira. É verdade que tem o modelo com as Margaridas. Mas não foi em nossa homenagem.
- Leonor disse...
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Os portugueses têm uma fixação por Havaianas. Cá são muito caras e não há tanta variedade. Com margaridas não tenho mas tenho umas com flores de hibisco :))
- Gláucia disse...
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Quando for, levo-te uma de margaridas. É só me dizer o número.
segunda-feira, janeiro 23, 2006
E a semana começa bem (Da série Informes do Tempo)

Laureta, mulher de Deus, tu é tudo nessa vida! Que rapidez. Marcant: aguarde emelho. Mas saiba que já me fizeste começar a semana chorando de felicidade.
Ah, só pra não deixar passar: o currículo de Mr. Cafeína. Fiquei tão abestalhada que não consegui comentar, vou ter que voltar mais tarde lá.
E a chuvinha continua, meu povo, mantendo a temperatura em níveis que permitem o raciocínio.
Eita vida bonita, eita vida sem jeito...
Imagem: Turner
9 Comentários:
- Tuca disse...
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Que legal... Grande Marcant! Grande Laura! Beijos.
- Leonor disse...
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Confirmo que com amigos é mais fácil. Só quando conheci o meu marido, na altura namorado, é que consegui acabar a dissertação. Teve uma paciência imensa e esteve sempre a meu lado. Bjs
- disse...
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Glau,
Saudades!
Tenho vindo aqui quase todos os dias, mas o caos se instalou. Caos e sequidão. Tentei comentar na sexta é só deu erro. Um horror! Está tudo muito lindo como sempre.
Beijo enorme,
Niña - Gláucia disse...
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Tu estás bem?
Caos?
Mail me.
Vou ficar trabalhando na dissertação até tarde. - disse...
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Totalmente atrapalhada com burocracias intermináveis, mas sempre espiando por aqui....vai dar, vai dar, vai dar!
Tô torcendo, que bom ver esse entusiasmo!
A propo, sou teu inverso, leao com asc em sagitario... segui o link pro calexico, o que é esse moço, hein? Ganhou mais uma fã.Beijim. - Gláucia disse...
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Paula,
E o Rogério é Leão com lua em sagitário (igual ao moço do café). Posso? E nós duas invertidas...Isso também diz muito. Sabe quem é leão com asc. sagitário também? A Katarina, amiga da Laureta e minha.
Eu sei q tá uma correria. Vejo pelo Leandro. Mas vai dar, vai dar, vai dar. TÔ torcendo por vocês também.
Papalagui,
'esse com amigos é mais fácil' tem se confirmado a cada dia. Quando parece que não vai dar, que tranca, sempre aparece alguém com alguma coisa legal que empurra a gente pra frente.
Niña,
também estou com saudades. Fiquei preocupada. Beijos.
Tuquinha,
tu consegues lembrar de uma única vez nos últimos trinta anos em que o Marcant tenha nos deixado na mão? Fiquei pensando ontem e não lembrei.
A Laureta, em bem menos tempo, claro, mas também sempre foi de fé. Buena suerte.
Recebeste o mail dele q te reenderecei urgente sobre ir a Cádiz nesse final de semana? - Tuca disse...
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O Marcant é mesmo um grande cara! Amigo incondicional. Laura, ambora não tão póxima de mim, até onde sei, também é uma grande/pequena criatura.
Recebi o mail dele sim, e já respondi. Cádiz terá de ficar para próxima, pois estamos em período de exames e seminários na faculdade... - Tuca disse...
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Ainda no âmbito do Marcant nunca ter nos faltado:
Acabei de chegar da aula, e na volta para a casa, vi um sujeito no metro com um embrulho maior que ele.
No acto, lembrei-me do Marcant e de quando, há anos atrás, ele literalmente cruzou Porto Alegre de norte a sul, encarando dois ônibus, com um quadro negro (enorme) em punho para nos emprestar, pois queríamos estudar francês... - Gláucia disse...
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Isso é inesquecível.
Los Nadies (Da Série Sagrados e Consagrados)

Los nadies: los hijos de nadie, los dueños de nada.
Los nadies: los ningunos, los ninguneados, corriendo la liebre, muriendo la vida, jodidos, rejodidos:
Que no son, aunque sean.
Que no hablan idiomas, sino dialectos.
Que no profesan religiones, sino supersticiones.
Que no hacen arte, sino artesanía.
Que no practican cultura, sino folklore.
Que no son seres humanos, sino recursos humanos.
Que no tienen cara, sino brazos.
Que no tienen nombre, sino número.
Que no figuran en la historia universal, sino en la crónica roja de la prensa local.
Los nadies, que cuestan menos que la bala que los mata.
(Eduardo Galeano)
Imagem: António Azevedo
3 Comentários:
- Gláucia disse...
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Aqueles dados de que havia falado, encontrei o paper. É da professora Maggi Carfield (Washington University School of Law, Brown and Washington U.S. os Social Work): "Aproximadamente seis bilhões de pessoas, no mundo, vivem com menos de dois dólares/dia, 1,1 bilhão vivem com menos de um dólar/dia. 30.000 crianças morrem, por dia, de doenças cujas causas eram preveníveis."
Esses dados não requerem maiores comentários, me parece.
Acho que esses são os "nadies".
O final do texto do Contardo (2001) que é uma das epígrafes da dissertação diz mais ou menos que é preciso admitir a realidade tal como ela é pra ter alguma chance de mudar o mundo. - Gláucia disse...
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Não que eu seja uma mala a monopololizar os comentários deste post, mas, só pra constar, o texto é lindo. E a foto também a escolheste muito bem Tuquinha. Estava pensando se não deveria tomá-lo como epígrafe também. Te Amo.
- Tuca disse...
-
Glau, este texto é um dos mais belos do Galeano, senão o mais. Adoro-o! Seria uma epígrafe perfeita para o teu trabalho. Ficaria lindíssimo. É uma ótima idéia. A propósito, a foto é de Cabo Verde... Também te amo!
domingo, janeiro 22, 2006
Gente Humilde (Da série Trilhas Sonoras do Dia)

Tem certos dias
Em que eu penso em minha gente
E sinto assim
Todo o meu peito se apertar
Porque parece
Que acontece de repente
Feito um desejo de eu viver
Sem me notar
Igual a como
Quando eu passo no subúrbio
Eu muito bem
Vindo de trem de algum lugar
E aí me dá
Como uma inveja dessa gente
Que vai em frente
Sem nem ter com quem contar
São casas simples
Com cadeiras na calçada
E na fachada
Escrito em cima que é um lar
Pela varanda
Flores tristes e baldias
Como a alegria
Que não tem onde encostar
E aí me dá uma tristeza
No meu peito
Feito um despeito
De eu não ter como lutar
E eu que não creio
Peço a Deus por minha gente
É gente humilde
Que vontade de chorar.
(Garoto - Vinícius de Moraes - Chico Buarque, 1969)
Na voz da Ângela Maria, uma arraso.
Imagem: Jorge Roque
4 Comentários:
- Tuca disse...
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Amo esta música!!!!!! Trilha sonora perfeita. E a foto também é linda. Saudades da "minha gente". Beijos.
- Leonor disse...
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Lindo! E ou muito me engano ou esta foto é mesmo da minha gente ou seja Portugal. Bjs e bom Domingo
- Alex disse...
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Ahhh...bem domingo de sol, tristesinha que a gente ouve no rádio do jornaleiro quando sai para o pão fresquinho e a Zero Hora dominical.
...
Beijo - Gláucia disse...
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Tuquinha, eu sei que amas esta música. Rá. Foi de propósito!
Papalagui: tua gente, com certeza. Esta foto é de Chaves. É de agosto de 2005, e o fotógrafo também é português.
Alex, querido, só pra te consolar: o domingo foi nublado. Tristim táva. Beijos.
sábado, janeiro 21, 2006
Colega Solineuzza (Da série Parabéns a Você)

Mas é fato que és paixão comum e incontroversa de toda Família Margarida e que hoje te desejamos, todos juntos, um feliz aniversário, colega.
Imagem: Pedro Pereira
6 Comentários:
- disse...
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Ai, tô de fralda já com todas essas homenagens... Amo vocês!
Brigadão, beijocas da Soli!!!! - Gláucia disse...
-
Tu merece, colega.
- disse...
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Nada hoje. Parabéns...
- Gláucia disse...
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Mais três páginas da dissertação. Espero sair da Grécia logo, se não isso não vai prestar. Vou tentar dormir, pra dar uma corridinha endorfinativa amanhã, produzir mais umas pagininhas e encarar Alcatraz na segunda. Eita, eita. Não tem espaço pra dormir na minha cama. Os livros estão espalhados por tudo...
- Gláucia disse...
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Tchê, é impressão minha ou tu tbém nunca dormes?
- disse...
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De quando em vez...
sexta-feira, janeiro 20, 2006
5 Comentários:
- disse...
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Vai.
Vai.
Vai.
Vai.
(novo mantra :) - Leonor disse...
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Claro que vai. Beijos grandes
- disse...
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Que bom sentir este teu entusiasmo! Vai dar certo, sim! Beijo.
- Gláucia disse...
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Gurias, tá saindo. O hômi é o que há de bom na terra. Meu número certinho. Ele entende o que digo (eu acho isso o máximo, dá uma sensação maravilhosa de estar falando português). E até quando a gente discorda é bom, pq ele me ouve com atenção e as vezes eu aprendo tanto!
Tá lá Jô, vai, vai, vai...gostei.
Tuquinha e Papalagui, com todo o oceano a nos separar vocês sempre na torcida. Obrigada. - disse...
-
Eu também sei que vai dar certo. Estou na torcida, Glau.
2 Comentários:
- disse...
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Amiga, querida! Mais uma apaixonda pelas belas florinhas, pelo que tem dado para ver. Também eu as amo. E, se quiseres cuscar um pouco um blog de alguém que também tem paixão pelas ditas, visita o da minha amiga "teresamar", em www.tempodeteia.blogspot.com. Ela é prof, como eu, logo, muito do blog fala de educação, mas também de "coisas" lindas como é a teresa e do mundo que se torna todo ele belo também quando vto pelos olhos dela. Acho que vais gostar.
Muitos beijos doces.
E. - disse...
-
Obrigada pela dica, Elisa, vou visitar as coisas lindas da Teresa. Beijo.
quinta-feira, janeiro 19, 2006
Dançando na chuva (Da série Informes do Tempo)

Imagem: Vânia Laranjeira
2 Comentários:
- disse...
-
Chove, lá fora. Às vezes morrinha durando horas. Às vezes aguaceiro breve. Às vezes chuvada sem dó nem piedade que, no entanto, essa sim, parece ser capaz de, ao cair, lavar o mundo de todos os pecados das gentes. Gotas que o vento faz dançar num ballet eterno, alado. Gotas que caem no chão num sapateado que nos embala. Quem não ama ouvir, no seu conforto, a chuvinha batendo nas vidraças. Felizmente, chove de novo. Chuva abençoada que nos lavas a alma também.
- Gláucia disse...
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Eu sempre digo que uma das peculiaridades deste abençoado blog é que muitos comentários bem poderiam ser novos posts. Esse é outra prova. Obrigada por vires aqui deixar tuas marcas sempre tão bonitas, Elis.
quarta-feira, janeiro 18, 2006
Redescobrir (Da Série Túnel do Tempo)

Como se fora brincadeira de roda... memória
Jogo do trabalho na dança das mãos... macias
O suor dos corpos na canção da vida... história
O suor da vida no calor de irmãos... magia
Como um animal que sabe da floresta... perigosa
Redescobrir o sal que está na própria pele... macia
Redescobrir o doce no lamber das línguas... macias
Redescobrir o gosto e o sabor da festa... magia
Vai o bicho homem fruto da semente... memória
Renascer da prórpria força, própria luz e fé... memória
Entender que tudo é nosso, sempre esteve em nós... história
Somos a semente, ato, mente e voz... magia
Não tenha medo, meu menino bobo... memória
Tudo principia na própria pessoa... beleza
Vai como a criança que não teme o tempo... mistério
Amor se fazer é tão prazer que é como se fosse dor... magia
Como se fora brincadeira de roda... memória
Jogo do trabalho na dança das mãos... macias
O suor dos corpos na canção da vida... história
O suor da vida no calor de irmãos... magia
(Luiz Gonzaga Jr./Elis Regina)
Imagem: Maria São Miguel
Temperatura amena e a visita do anjo (Da série Informes do Tempo)

Imagem: Igor Levashov
2 Comentários:
- disse...
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Tu escreves "p'ra burro", mulher! :o) Não sei se o que te move é mesmo só a paixão da escrita, se a necessidade profissional, se a necessidade de dar ao mundo algo novo todos os dias, se a vontade de SER e de fazer os outros SEREM, também, mais e melhores, sei lá, tudo junto, acho eu, e muito mais... Bem hajas por escreveres tão maravilhosamente bem. Acho que o mundo que te lê só tem a ganhar contigo, tenha a tua escrita a forma que tiver.
- Gláucia disse...
-
Elis, tu não podes imaginar o bem que essas tuas palavras me fizeram. Pra te dizer a verdade, além de bestinha e orgulhosa (normal diante da bondade do teu comentário), fiquei comovidíssima). Realmente comovida. Oxalá eu possa, qualquer dia desses, fazer o mesmo por ti.
terça-feira, janeiro 17, 2006
Quem de nós dois (Da Série Trilhas sonoras do dia)

Eu e você
Não é assim tão complicado
Não é difícil perceber
Quem de nós dois
Vai dizer que é impossível
O amor acontecer
Se eu disser que já nem sinto nada
Que a estrada sem você é mais segura
Eu sei você vai rir da minha cara
Eu já conheço o teu sorriso, leio teu olhar
Teu sorriso é só disfarce
Que eu já nem preciso
Sinto dizer
Que amo mesmo,
Tá ruim pra disfarçar
Entre nós dois
Não cabe mais nenhum segredo
Além do que já combinamos
No vão das coisas que a gente disse
Não cabe mais sermos somente amigos
E quando eu falo que eu já nem quero
A frase fica pelo avesso
Meio na contra-mão
E quando finjo que esqueço
Eu não esqueci nada
E cada vez que eu fujo, eu me aproximo mais
E te perder de vista assim é ruim demais
E é por isso que atravesso o teu futuro
E faço das lembranças um lugar seguro
Não é que eu queira reviver nenhum passado
Nem revirar um sentimento revirado
Mas toda vez que eu procuro uma saída
Acabo entrando sem querer na tua vida
Eu procurei
Qualquer desculpa
Pra não te encarar
Para não dizer
De novo e sempre a mesma coisa
Falar só por falar
Que eu já não tô nem aí pra essa conversa
Que a história de nós dois não me interessa
Se eu tento esconder meias verdades
Você conhece o meu sorriso
Lê no meu olhar
Meu sorriso é só disfarce
Porque eu já nem preciso
E cada vez que eu fujo, eu me aproximo mais
E te perder de vista assim é ruim demais
E é por isso que atravesso o teu futuro
E faço das lembranças um lugar seguro
Não é que eu queira reviver nenhum passado
Nem revirar um sentimento revirado
Mas toda vez que eu procuro uma saída
Acabo entrando sem querer na tua vida
(Ana Carolina)
Imagem: Dörte Schneider
5 Comentários:
- Madame disse...
-
Huuummm... Detesto Ana Carolina e suas versões toscas... Sorry.
- disse...
-
Ah, eu adoro, mesmo sendo versões.
- Tuca disse...
-
Eu gosto de algumas músicas dela. Esta, por exemplo, soa-me muito bem. Mas gosto não se discute...
- Lana Moon disse...
-
Eu já adoro Ana Carolina. E também gosto dessa música.
- disse...
-
Eu vou ser sincera meninas. Eu não gosto da Ana Carolina, especialmente conhecendo algumas histórias de bastidores...
E sou contra tradução de qualquer música, a não ser que seja feita pelo Gilberto Gil que às vezes melhora a versão original.
Mas confesso: essa música (ainda que eu afirme exaustivamente que odeiooooo), quando toca, eu ouço até o fim...hihihi
Beijos!!!
Esperando na chuva (Da série Imorais e Surreais)

Imagem: Carlos Nuno Freitas
segunda-feira, janeiro 16, 2006
Olhar que vê, mas não enxerga (Da Série Protestos e Manifestos)

Imagem: José Silva Pinto
2 Comentários:
- Tuca disse...
-
Segundo o próprio Lis, dá vontade de chorar. E dá mesmo...
- Tuca disse...
-
Lembrei-me do pai ao reler este parágrafo. De quando, em discussões familiares, defendíamos umas às outras, e ele nos chamava de "advogadas dos fracos e oprimidos"... Sem dar-se conta que ele mesmo nos ensinara a ser assim.
Adeus (Da Série Sagrados e Consagrados)

Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes!
E eu acreditava.
Acreditava,
porque ao teu lado
todas as coisas eram possíveis.
Mas isso era no tempo dos segredos.
Era no tempo em que o teu corpo era um aquário.
Era no tempo em que os meus olhos
eram os tais peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco, mas é verdade:
uns olhos como todos os outros.
Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor...,
já não se passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza
de que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.
Não temos já nada para dar.
Dentro de ti
não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.
Adeus
(Eugénio de Andrade)
Imagem: José Roberto
domingo, janeiro 15, 2006
Je l'aime à mourir (Da série Trilhas Sonoras do Dia)

Moi je n'étais rien et voilà qu'aujourd'hui,
Je suis le gardien du sommeil de ses nuits.
Je l'aime à mourir
Vous pouvez détruire tout ce qui vous plaira
Elle n'a qu'à ouvrir l'espace de ses bras
Pour tout reconstruire. Pour tout reconstruire.
Je l'aime àmourir
Elle a gommé les chiffres des horloges du quartier
Elle a fait de ma vie des cocottes en papier, des éclats derire
Elle a bâti des ponts entre nous et le ciel
Et nous les traversons à chaque fois qu'elle
Ne veut pas dormir. Ne veut pas dormir. Je l'aime à mourir
Refrain
Elle a dû faire toutes les guerres pour être aussi forte aujourd'hui,
Elle a dû faire toutes les guerres de la vie et l'amour aussi.
Elle vit de son mieux ses rêves d'opaline
Elle danse au milieu des forêts qu'elle dessine.
Je l'aime à mourir
Elle porte des rubans qu'elle laisse s'envoler
Elle me chante souvent que j'ai tort d'essayer
De les retenir. De les retenir. Je l'aime à mourir
Pour monter dans sa grotte cachée sous les toits
Je dois clouer des notes à mes sabots de bois. Je l'aime àmourir
Je dois juste m'asseoir, je ne dois plus parler,
Je ne dois rien vouloir, je dois juste essayer
De lui appartenir. De lui appartenir.
Je l'aime à mourir
Refrain...
Elle a dû faire toutes les guerres pour être aussi forteaujourd'hui,
Elle a dû faire toutes les guerres de la vie et l'amour aussi.
Moi je n'étais rien et voilà qu'aujourd'hui,
Je suis le gardien du sommeil de ses nuits. Je l'aime à mourir
Vous pouvez détruire tout ce qui vous plaira
Elle n'a qu'à ouvrir l'espace de ses bras
Pour tout reconstruire. Pour tout reconstruire.
Je l'aime à mourir
(Francis Cabrel)
Imagem: William Neill
sábado, janeiro 14, 2006
A Margarida Chora (Da série Pergunte ao Pó)

Imagem: Paulo Medeiros
9 Comentários:
- Tuca disse...
-
Então me liga!!!!!!!!! Eu te escuto! Estou esperando...
- disse...
-
E eu querendo falar contigo. So nao liguei para nao atrapalhar.
Nina - disse...
-
Quem me dera ter a chance de conversar contigo.
- Miranda disse...
-
Niña,
tu não atrapalhas. Mas hoje, se ligasses, talvez não conseguísssemos falar porque me enchi de remédios pra dormir pra ver se conseguia descansar um pouco. Estou acordando só agora.
Sr ou Sra Anônimo,
Para falar conversar comigo, basta escrever para margaridainventada@gmail.com. Sendo pessoal, favor colocar Harriet no assunto. Obrigada, - Alex disse...
-
Criatura!
Mas o que é isso??? Se entupir de remédios é uma coisa pééééééssima...
Nananina-não!
Digo por experiencia, gente fica torpe no dia seguinte, se sentindo um coco (não a fruta, mas, veja bem, a preguiça de colocar o circunflexo é maior do que eu).
Exigimos anti-doping nas margaridas!!!
Cuida de ti, porque eu não te quero mal, visse???
Te beijo,
A. - Miranda disse...
-
Comme d'habitude, Mr. Cafeína com toda a razão. O dia seguinte é isso mesmo. Estou me sentindo um coco (tbém não vou colocar acento, mas não é por preguiça...). Mas já está passando...Ligarei pra tarada endorfínica da tua amiga Glau pra correr no final do dia. Em geral funciona. Especialmente porque ela corre 10k sem calar a boca e ouvindo música (ou seja, aos gritos). É diversão certa...
Alors, estamos providenciando...
O único risco é o seguinte: ela tá monomaníaca: só quer saber da dissertação. Aí...bem, aí vou recorrer a morangos...com muito açúcar.
Te beijo,
Pode - Alex disse...
-
Tu queres sono: despe-te dos ruídos, e
dos restos do dia, tira da tua boca
o punhal e o trânsito, sombras de
teus gritos, e roupas, choros, cordas e
também as faces que assomam sobre a
tua sonora forma de dar, e os outros corpos
que se deitam e se pisam, e as moscas
que sobrevoam o cadáver do teu pai, e a dor (não ouças)
que se prepara para carpir tua vigília, e os cantos que
esqueceram teus braços e tantos movimentos
que perdem teus silêncios, o os ventos altos
que não dormem, que te olham da janela
e em tua porta penetram como loucos
pois nada te abandona nem tu ao sono.
Ana Cristina Cesar
Agora ve se dorme. Com um beijo - Miranda disse...
-
Mas vem cá, bruxo agora? Não bastam os outros cacos de magia? Como é que tu sabes que ainda estou acordada e já devia estar dormindo? E da onde que tu me desencavas uma ACC tão perfeita, tão apropriada? Teu texto de hoje tava tão tudo...eu também quero quindim de verdade. Não consegui comentar. Não estou conseguindo fazer muita coisa. mas eu vou dormir agora. Bem obediente e bem linda. E amanhã vou lá te ver de novo e me deliciar.
Beijos. Muitos. Ternos e agradecidos. - Alex disse...
-
Pode me faltar muita coisa na vida, caríssima, mas intuição tem de sobra.
Aqueles mesmos, com asas.
Para Paulinha, Megera-Irmã (Da série Vejo Flores em Vocês)

prometo...
ser leal com você e comigo,
procurar a sua felicidade e nunca abrir mão da minha,
te magoar o mínimo que puder
e sempre, que for devido, te pedir perdão
sinceramente,
olhar nos seus olhos.
prometo acima de tudo
respeitar você,
incentivá-la para que seja quem você é.
se eu falhar...
peço que se imponha... com amor.
peço também que me ajude a ser quem sou,
que nunca me deixe desistir.
peço que sejamos verdadeiros.
peço que tudo isso seja pra sempre...
pois, assim, será possível.
Imagem: edou kamara
1 Comentários:
- Tuca disse...
-
Adoro este poema!
Paulinha, que sejas feliz!
sexta-feira, janeiro 13, 2006
Redescobrir (Da Série Pergunte ao Pó)

Eram um casal sexagenário. Professores aposentados. Ela, na juventude, ensaiara alguns versos, jamais publicados, apenas recitados em tertúlias literárias – que costumavam acontecer ocasionalmente na cidade – numa das quais se conheceram, há trinta e oito anos atrás. Dentre sorrisos, olhares, beijos e poesia, apaixonaram-se. Algumas estrofes depois, estavam casados. Correram os anos. E os sorrisos, olhares, beijos e poesia foram escasseando com o passar do tempo. E dentre querelas e demandas de alunos de escolas públicas do subúrbio, classes e cadernos, provas e trabalhos, os versos morreram. Não tiveram filhos. Envelheceram sós... Ele queixava-se de saudades dela, doutros tempos. Talvez dos sorrisos, olhares, beijos e poesia. Tinha vontade de namorá-la novamente. E quando a convidou para irem ao cinema – depois de duas décadas – ela respondeu amarga, dizendo que velhos não vão ao cinema, que velhos não namoram. Ele calou-se e não mais tocou no assunto. Outro dia, ao chegar da feira, encontrou-a sentada na sala, com flores nas mãos e lágrimas nos olhos. Questionada, ela afirmou que recebera a visita de um rapaz, estudante da Faculdade de Letras. Um admirador que descobrira seus antigos versos, que declarou-se a ela, disse-lhe que a adorava, apreciava tamanha beleza e sensibilidade de sua escrita. Levou-lhe flores, recitou-lhe umas redondilhas já esquecidas, e foi-se. O velho não entendera direito o ocorrido e, um tanto enciumado, desdenhou as flores orgulhosamente exibidas. Ela perguntou, num tom de deboche, se ele tinha ciúmes. Ele respondeu, seco, que não. Ela fitou-o demoradamente, ganhando a certeza daquilo que um dia desconfiara: amava-o. Sorriu-lhe, deu-lhe um beijo, e convidou-o para irem ao cinema.
Imagem: Carlos Sousa
Aniversário do Pai (Da série Bilhetes e Lembretes)

hoje farias aniversário se estivesses vivo. E então tomarias teu chimarrão. Essa foto, do pai da J.L, me lembra de ti desde a primeira vez que a vi. Mas não tomarás chimarrão hoje. Creio que estás agora imerso na eternidade, como disse o Hélio Pellegrino, e teus cabelos já não branqueiam, e teu corpo já não mirra mais, e tua memória já não regride. Ficaste parado em algum não-lugar. Mas as coisas aqui seguiram andando. E eu tive que andar também. Cada vez mais para longe de ti. Com dor e saudade tentei filtrar, da tua herança, o que me pertencia. Hoje sei que são as palavras. Tenho tentado de muitas formas me haver com elas. Não permitir que se tornem algo burocrático, mas que refundem minha existência e a ela dêem sentido, como deram sentido à tua vida. Às vezes me pego perguntando "onde andará a alma inquieta do poeta? Eu bem queria que estivesse aqui comigo..." E percebo que te foste no tempo que era o teu tempo. E que o que te fez eterno em mim não foi a tua partida, mas a tua estada. Apenas me entristece profundo que não tenhas conhecido tua neta. Ela te orgulharia. Tem muito do Rogério, teu filho escolhido e acolhido. Mas tem muito de ti também. Em especial um estranho e permanente gosto pela Lua...
Sinto tua falta.
Te Amo, pai.
Imagem: Chico do Vale
Referência: 'Onde andará a alma inquieta do poeta?' de Marco Aurélio Vasconcelos em homenagem a J.H. Retamozo
12 Comentários:
- Leonor disse...
-
Um beijo grande grande! Como te compreendo Glaúcia. Onde estiver terá muito orgulho da Calrinha, que é tão linda. Eu fiquei com mágoa de nunca ter dado um neto para o meu pai, mas nem sempre se podem escolher essas coisas. Mil beijos
- Gláucia disse...
-
Querida Papalagui,
Essas são ironias da vida, não é mesmo. Tens a mágoa de não lhe ter dado um neto. E trago a dor de que, quando Clarita nasceu, ele já não tinha condições de reconhecê-la...Nossas dores, nós as transformamos em palavras. Como eles faziam. E é isso que nos faz, de certo modo, suas herdeiras... - Leonor disse...
-
É mesmo, querida Gláucia. Acho que eles gostariam de ser lembrados com alegria e sem mágoa, e é tão difícil fazê-lo... Tenho a certeza que se o meu pai conseguisse ler o meu blogue iris ficar muito feliz e orgulhoso. Bjs
- Tuca disse...
-
É... Esta chaleira lembra mesmo o pai. Tomemos hoje um chimarrão por ele. Belíssima esta crta, Glau. Emocionante. Não consigo dizer mais nada. Beijo.
- Leonor disse...
-
E o que é um chimarrão? Me desculpem a ignorância... E já agora posso pôr um link no meu blog para a Margarida?
- disse...
-
Lindo demais. Só que tem coisas que vocês escrevem que eu não consigo comentar. Me tocam profundamente.
Leio, dou uma arejada e depois volto, com a esperança de poder dizer algo que acrescente. E só sai um lindo já gasto.
Beijos,
sodade.
Nña - Rogério B. Alves disse...
-
Papalagui
Chimarrão é uma bebida tradicional da cultura gaúcha, uma espécie de chá com algumas complicações na preparação. Vais me perguntar o que é 'gaúcho'? É o resultado de um mix entre a cultura espanhola e dos indios sul-americanos.
Tens aí um link para os detalhes da bebida:
http://www.pousadacaina.com.br/CHIMARRAO.htm - Leonor disse...
-
Obrigada Rogério. Gaúcho eu sei o que é, agora chimarrão não fazia ideia, até porque aqui em Portugal há um restaurante brasileiro de rodízio que se chama Chimarrão e não associava a uma bebida. Obrigada :)
- Gláucia disse...
-
Querida Papalagui,
Nós ficaríamos muito felizes e honradas se colocasses um link para o Margarida. E te pedimos, desde logo, autorização para fazer o mesmo.
Ainda sobre o chimarrão, nosso pai tomava todos os dias: de manhã bem cedo e no fim da tarde. Muitas pessoas aqui no Rio Grande do Sul têm o mesmo hábito.
Bjos - Gláucia disse...
-
Niña,
Esse 'lindo' nunca gasta, porque a gente sabe que é do fundo do coração. E que, como a Papalagui, também tiveste perdas recentes que fazem com que entendas muito proximamente do que estamos falando. Por vezes, entender com essa proximidade implica não conseguir dizer. Posso afirmar isso com toda certeza, pois passei por um longo período de total ausência de palavras. - Leonor disse...
-
Bom dia! Claro que podem pôr o link, é uma honra e um prazer. Bj
- Francisco X. Ribeiro do Vale disse...
-
Glaucia,
Que linda a mensagem que escrevestes para o teu pai. De emocionar mesmo. Fico mais emocionado ainda por ter contribuido, de alguma forma, para aflorar em voce esse sentimento. Pela chaleira. Essa chaleira eu a fotografei no ano passado, no seminario onde estudei ha 40 anos. Eu me lembrava dela sobre o fogao e fiz questao de fotografa-la. Para nos era apenas uma chaleira de cafe, mas tenho certeza que o seu pai logo iria pensar tratar-se de uma chaleira pra chimarrao. Abracos pra voce e para o Rogerio.
P.S. Deh uma olhada no meu site, tem umas fotos novas, muito bonitas, de orquideas.
Carta ao Pai Morto (Da série Cartas Reenviadas)

Pai,
Amanhã, dia 22 de agosto, é seu aniversário. E você está morto. Pela primeira vez você aniversaria, estando morto. Isto quer dizer: você, em verdade, não aniversaria, você está além do tempo, fora dele, imerso na eternidade. Você, que já morreu, isentou-se do tempo, não aniversaria mais, nem morre mais. Você está maduro, cumprido, completo, além da sorte, do rumor do mundo. Eu me lembro de você, com carinho, ternura e tristeza. Eu, ainda tecido de tempo, eu que morro a cada dia, me lembro de você e de seu aniversário. Você, nascendo, inaugurou a possibilidade de que eu nascesse. Você, nascido, me precedeu, e agora sucedo a você, e me lembro de você, por você, em seu nome. É preciso que você precise desta minha lembrança – pequeno ramo de flores que ofereço a você, por você e para você, substituto que sou de você, cuja chama viva continua a viver em mim:você está no reino da imemória, e o seu calor passou para as minhas mãos, para que eu me lembre dele, e o honre Precedido por você, sucedendo a você, plantei, por minha vez, as sementes das árvores que, já nascidas, me sucedem e me sobreviverão. Quero honrar sua memória – e sua vida. Quero que o seu aniversário seja, mais uma vez, o dia do compromisso meu com você: de que eu assuma a minha vida e a minha liberdade. De que eu seja fiel ao que de melhor for vivo em você. Assumindo minha vida e minha liberdade, sou fiel a você, à chama que você me legou, à vida que tenho e que , sem você, seria impensável. Prossigo, por mim, por você, por todos os que nos antecederam, por meus filhos e pelos que me sucederem, por todos os homens a minha caminhada. Que ela seja corajosa, bondosa, firme. Que eu tenha as coragens que faltaram a você, os gestos literários que seus versos não puderam esboçar. Que você se sinta mais livre e mais vivo, em mim. Que eu leve, mais longe, a vida que você me legou. Que eu salve você, dentro de mim, que eu esteja, em mim, bem vivo para que você – que eu continuo – fique bem vivo, livre, humano e profundo, em mim, por mim, por você, por todos.
Te Amo, pai.
(Hélio Pellegrino)
Imagem: Marcelos Guedes
3 Comentários:
- Tuca disse...
-
Ah, isto é covardia! Não consigo dizer nada, só chorar... Esta carta é muito bonita. Beijo cheio de ranho.
- Tuca disse...
-
Como é que tu conseguiste digitar??? Eu não conseguiria chegar ao fim!
- Gláucia disse...
-
Ah, eu venho digitando faz muito tempo. Muito tempo mesmo. E só assim, aos poucos, deu pra terminar. Bjos
quinta-feira, janeiro 12, 2006
Solidão (Da série Trilhas Sonoras do Dia)

Solidão é lava que cobre tudo
Amargura em minha boca
Sorri seus dentes de chumbo
Solidão palavra cavada no coração
Resignado e mudo
No compasso da desilusão
Desilusão, desilusão
Danço eu dança você
Na dança da solidão
Caméllia ficou viúva, Joana se apaixonou
Maria tentou a morte, por causa do seu amor
Meu pai sempre me dizia, meu filho tome cuidado
Quando eu penso no futuro, não esqueço o meu passado
Quando vem a madrugada, meu pensamento vagueia
Corro os dedos na viola, contemplando a lua cheia
Apesar de tudo existe, uma fonte de água pura
Quem beber daquela água não terá mais amargura.
(paulinho da viola, cantada por Marisa Monte)
Imagem: Leonardo Tricot Saldanha
5 Comentários:
- Tuca disse...
-
SIMPLESMENTE AMO ESTA MÚSICA!!! AMO, SACOU?! BEIJOS. MUITOS BEIJOS.
- Gláucia disse...
-
E eu também. Amo. Aliás, amo todo esse disco. Lembra que a gente ouvia direto na época da minha formatura?
- Tuca disse...
-
Lembro, lembro, lembro... Nós super monomaníacas, quando gostamos de uma coisa, parece que não há mais nada!
- disse...
-
Pelo jeito eu faço parte do mesmo clube. AMO essa música e também tenho cá minhas monomanias.
- Gláucia disse...
-
Niña,
Eu nunca tive nenhuma dúvida de que fazias parte do mesmo clube. Aliás, somos "poeira da mesma estrela", meio que plagiando o Marçal Aquino (deus, deus, deus!!!!!!)
Um dia de quem tem amigos (Da série Informes do Tempo)

Imagem: Cheri Blum
4 Comentários:
- Tuca disse...
-
Glau, não pira! É claro que vai dar certo! Estou torcendo. Beijo. Te amo.
- Leonor disse...
-
Gostei muito do texto. Calma, Gláucia, não sei que você faz exactamente mas dá para ver que esstá sendo difícil. Força, vai tudo acabar bem. Bjs. Leonor
- disse...
-
Ah, vai! Como são doces e, ao mesmo tempo, tão fortes tuas palavras Glau. Beijo e, ãhn, FORÇA NA PERUCA! :)
- Gláucia disse...
-
Valeu gurias. 100% força na peruca.
Casa Fernando Pessoa (Da série Bilhetes e Lembretes)

Imagem: foto de Francisco José Viegas
1 Comentários:
- Leonor disse...
-
Vamos ver como corre agora...
terça-feira, janeiro 10, 2006
Eduardo Marcant Engeelsing (Da série Parabéns a Você)

Imagem: O Maltês
Para as Margaridas e Elis (Da série mal-me-quer, bem-me-quer)
Percebam, senhoras e senhores, que nós nem íamos nos exibir com a homenagem que a Niña fez a todas nós e a Elis, mas já que a exibida colorida aí embaixo deu pra essas coisas, vejam a lindeza de texto que a moça fez em nossa homenagem.
O céus daqui (08/01/2005)
Faróis de lá. Céus daqui. Palavras do além-mar. Palavras que nos enviamos para estreitar laços. O dito sentido. O sentimento passado, presente. As visões de mundo caladas e com voz. As dores pintadas. Fotografias da alma trocadas, desarrumadas. Tu trazes tuas mãos, teus olhos e eu te entrego um sorriso e a minha caixa de fotos em preto e branco. Mais faróis para libertar o coração e ditar o caminho do encontro. Quando vocês aportaram em mim, eu não tinha farol e não sabia para onde mirar. O foco do meu olhar estava difuso entre horas e cafés de final de noite. Os faróis que eu via eram miragens. Imaginem que essa nuvem no céu de Hopper sou eu chegando mais perto da luz que vocês me trazem. E eu, abrindo asas, minhas asas de céu as envolvo com carinho que não respeita nenhuma geografia, nenhuma milhagem. Não, eu não posso voar. Mas abraço vocês de longe, com minhas asas feitas de nuvens de um céu aguado, rasgado de saudade de faróis que ainda não vi com os olhos de fora.
Para as Margaridas e Elis.
Para Gláucia (Da série hai-kai)

De todas no jardim
A pequena Margarida
É minha preferida
4 Comentários:
- disse...
-
Bafoooo!
- Gláucia disse...
-
Bafo total amiga. Além de estar sissi, estou me achando a pessoa literariamente mais bem relacionada do planeta.
- disse...
-
Que lindo. A Solineuzza provando mais uma vez que tem bom gosto de sobra... Saudades tuas, minha linda. Amanhã vamos botar o tricot em dia. Beijos,
Niña - Gláucia disse...
-
Ai que bom. Nem que seja por emelho. Também estou com saudade e louca pra falar contigo. Bjos
Sonetos a Orfeu, II, 4 (Da série Sagrados e Consagrados)

Eis aqui o animal inexistente.
Sem saber, começaram a adorar
o passo, o porte, o dorso e lentamente
até a luz do seu sereno olhar.
Não existia. Mas de o amarem tanto,
fez-se puro animal. Deram-lhe espaço.
E no espaço, ele, claro, do seu canto
soergueu a cabeça, com cansaço
de ser. Não o nutriram com capim,
mas com eterno poder-ser, e assim,
de tal força dotaram o animal
que um unicórnio fez-se em sua testa.
Branco, o viu uma virgem, afinal,
e em seu espelho ele existiu e nesta.
(rainer maria rilke, trad. augusto de campos)
Imagem: m.c. escher (Unicorn-color)
Capricórnio (da série Hai-Kais Astro-Lógicos)

Lá enterram-se cascos
Tensa toso nacos
(nar scissors)
Eis capricórnio
ternura de lã, amor
de unicórnio
(gláucia)
segunda-feira, janeiro 09, 2006
Teus Beijos (Da série Imorais e Surreais)

Imagem: Renata Teixeira
2 Comentários:
- disse...
-
Somos adolescentes. E de repente estamos naquela sala de cinema, assistindo àquele filme todo, dando a mão, no escuro protegidos da curiosidade do mundo, trocando carícias, tentando adivinhar o que vai na alma do outro, querendo que ele esteja a sentir, a desejar o mesmo que nós.
E de repente crescemos. Os dois num só, naquele cantinho só nosso tornado paraíso de emoções, de sentidos. No desejo adivinhado, fundimo-nos nas carícias, nos beijos, nos abraços, no desejo realizado, do teu feito meu, eu feita tu, dois feitos um. Para sempre. - Lana Moon disse...
-
Como dizem alguns margaridófilos, alguns comentários deveriam virar posts novos. Acho que estão certos. O que escreveste está lindo Elis. Lindo. Simplesmente lindo.
Bjs
domingo, janeiro 08, 2006
Flor de Açucena (Da série Trilhas Sonoras do Dia)

Quando acariciei o teu dorso
Campo de trigo dourado
Minha mão ficou pequena
Como a flor de açucena
Que delicada desmaia, desmaia
Sob o peso do orvalho
O meu coração cresceu
E cantou e cantou
Como um menino deslumbrado
Pelo brilho estrelado
Do teu olhar
O meu coração cresceu
E cantou e cantou
Como um menino deslumbrado
Pelo brilho estrelado
Do teu olhar
(Eudes Fraga e Thiago de Mello), cantado por Eliana Printes
Imagem: Pierre Joseph Redoute
5 Comentários:
- disse...
-
Lindo, lindo, lindo!!! Margarida, me manda esta música... Beijo.
- disse...
-
Ai Margarida,
Eu estou despetalada aqui.
Beijos,
Niña - Francisco X. Ribeiro do Vale disse...
-
Glaucia, estou de volta a minha rotina. Depois de alguns dias no hospital, tudo correu bem e estou em casa. Ja comecei o ano postando uma foto. Apareça no meu blog pra ve-la. Feliz 2006 pra voces.
- Gláucia disse...
-
Chico, estamos muito felizes que tudo tenha corrido bem. Estávamos torcendo muito por ti.
Um feliz 2006 por aí também, a ti e a todos os que amas. - Francisco X. Ribeiro do Vale disse...
-
Obrigado a todos da familia Margarida pelas orações e força. A Juliana me disse que esteve com o Rogerio por esses dias e havia dado noticias minhas. Um grande abraco pra todos voces. No meu site ja tem algumas fotos novas. Espero poder em 2006 poder contribuir com algumas fotos bonitas para o seu blog.
Abracos para todos
sábado, janeiro 07, 2006
Death Wish (Da série Informes do Tempo)

Imagem: Lisa Kimmell
2 Comentários:
- disse...
-
Gláucia, muito obrigada pelo comentário lá no blog. Para variar, que lindo o que você escreveu!
Sempre venho aqui em busca de coisas lindas. E não raro, acabo com lágrimas nos olhos. Mas é bom, sempre bom... - Gláucia disse...
-
Letícia, vc merece. Nós merecemos carinho, né? Que bom que vir aqui te emociona. Que bom que é bom. Que bom q vc gostou da minha visita. Tbém gosto muito das suas. Bjos
Pois É (Da série Trilhas Sonoras do Dia)

Pois é, não deu,
Deixa assim, como está, sereno,
Pois é de Deus
Tudo aquilo que não se pode ver
E ao amanhã a gente não diz
E ao coração que teima em bater
avisa que é de se entregar o viver
Pois é, até
Onde o destino não previu
Sei mas atrás vou até onde eu conseguir
Deixa o amanhã e a gente sorri
Que o coração já quer descansar
Clareia minha vida, amor, no olhar
Composição: Marcelo Camelo - Los Hermanos
Imagem: Rui Vale de Souza
4 Comentários:
- disse...
-
Harriet,
Só tu mesmo para postar essa música.
Vocês têm esse hábito de acertar sempre no alvo, em cheio. É por isso que sou viciada em Margaridas.
Beijo,
Niña - Miranda disse...
-
E seu eu disser que estava pensando em ti quando postei? E se eu te contar que quando reli "pois é de deus tudo aquilo que não se pode ver", pensei na gente e pensei que amar alguém que a gente não viu só pode ser mesmo de deus.
- Miranda disse...
-
Se eu disser, tu vais sentir a mão no teu ombro?
- disse...
-
Vou sentir a mão no ombro e no coração. Porque as Margaridas têm sempre olhado dentro do meu coração e fazendo isso, sempre, sempre o tocam. E eu acredito que estavas pensando em mim pois, quando eu li o post, senti isso. E foi muito intensa leitura daquele verso.
Amo todas vocês. E talvez seja por isso que me sinto menos só. Há margaridas no meu jardim, que só é visto com olhos de dentro.
Niña
sexta-feira, janeiro 06, 2006
Blau Engel (Da série bem-me-quer, mal-me-quer)

Imagem: Adolphe Bouguereau
Madrigais Privados (Da série Sagrados e Consagrados)

Hai dato il mio nome ad un albero? Non è poco
pure non mi rassegno a restar ombra, o tronco
di un abbandono nel suburbio. Io il tuo
l'ho dato a un fiume, a un lungo incendio, al crudo
gioco della mia sorte, alla fiducia
sovrumana con cui parlasti al rospo
uscito dalla fogna, senza orrore o pietà
o tripudio, al respiro di quel forte
e morbido tuo labbro che riesce,
nominando, a creare; rospo fiore erba scoglio -
quercia pronta a spiegarsi su di noi
quando la pioggia spollina i carnosi
petali del trifoglio e il fuoco cresce.
(eugenio montale)
Deste meu nome a uma árvore? Não é pouca coisa;
embora não me resigne a ficar apenas sombra, ou tronco,
abandonado num subúrbio. Eu o teu
dei a um rio, a um longo incêndio, à minha sorte
cruel, à confiança
sobre-humana com que falaste ao sapo
que saiu do esgoto, sem horror ou pena
ou exaltação, ao alento daquele poderoso
e suave lábio teu que consegue,
nomeando, criar: sapo flores relva rocha —
carvalho pronto a desfraldar-se sobre nós
quando a chuva dispersa o pólen das carnosas
pétalas de trevo e a chama se levanta.
(trad. geraldo cavalcanti)
Imagem:Escape- Eduward Raymes
4 Comentários:
- disse...
-
O Tempo Aprazado
Vêm aí dias difíceis.
O tempo até ver aprazado
assoma no horizonte.
Em breve terás de atar os sapatos
e recolher os cães nos casais da lezíria,
pois as vísceras dos peixes
arrefeceram ao vento.
Mortiça arde a luz dos tremoceiros.
O teu olhar abre caminho no nevoeiro:
o tempo até ver aprazado
assoma no hoizonte.
Do outro lado enterra-se a amante,
a areia sobe-lhe pelo cabelo a esvoaçar,
corta-lhe a palavra,
impõe-lhe silêncio,
acha-a mortal
e pronta para a despedida
depois de cada abraço.
Não olhes em volta.
Ata os sapatos.
Recolhe os cães.
Lança os peixes ao mar.
Extingue os tremoceiros!
Vêm aí dias difíceis.
Ingeborg Bachmann, "O Tempo Aprazado"
Parei por aqui.:) - Margarida disse...
-
Lindo, obrigada.
- disse...
-
Tu te puxaste, hein calypso?
Tem fila para ti tb? - Miranda disse...
-
Niña,
o moço aí é apaixonadíssimo por uma Megera de Primeira Grandeza. Outra prova de bom gosto, não é?
Com exclusividade (Da série 'me segura qu'eu vou dar um troço')

2 Comentários:
- disse...
-
Adorei, Calexico. Achei lindo! Obrigada.
- Cé S. disse...
-
Cafeína, isso aí.
quinta-feira, janeiro 05, 2006
Vengo a ofrecer mi corazón (Da série trilhas sonoras do dia)

Vengo a ofrecer mi corazón
Composição: Fito Paez
¿Quién dijo que todo está perdido?
yo vengo a ofrecer mi corazón,
tanta sangre que se llevó el río,
yo vengo a ofrecer mi corazón.
No será tan fácil, ya sé qué pasa,
no será tan simple como pensaba,
como abrir el pecho y sacar el alma,
una cuchillada del amor.
Luna de los pobres siempre abierta,
yo vengo a ofrecer mi corazón,
como un documento inalterable
yo vengo a ofrecer mi corazón.
Y uniré las puntas de un mismo lazo,
y me iré tranquilo, me iré despacio,
y te daré todo, y me darás algo,
algo que me alivie un poco más.
Cuando no haya nadie cerca o lejos,
yo vengo a ofrecer mi corazón.
cuando los satélites no alcancen,
yo vengo a ofrecer mi corazón.
Y hablo de países y de esperanzas,
hablo por la vida, hablo por la nada,
hablo de cambiar ésta, nuestra casa,
de cambiarla por cambiar, nomás.
¿Quién dijo que todo está perdido?
yo vengo a ofrecer mi corazón.
(Eu ouço sempre a versão cantada pelo Cabrel com a Mercedes, que é o que há!!!)
Imagem: Armando Cardoso
Mar Adentro (Da série 'me segura qu'eu vou dar um troço')

Mar Adentro
Mar adentro, mar adentro.
Y en la ingravidez del fondo
donde se cumplen los sueños
se juntan dos voluntades
para cumplir un deseo.
Un beso enciende la vida
con un relámpago y un trueno
y en una metamorfosis
mi cuerpo no es ya mi cuerpo,
es como penetrar al centro del universo.
El abrazo más pueril
y el más puro de los besos
hasta vernos reducidos
en un único deseo.
Tu mirada y mi mirada
como un eco repitiendo, sin palabras
'más adentro', 'más adentro'
hasta el más allá del todo
por la sangre y por los huesos.
Pero me despierto siempre
y siempre quiero estar muerto,
para seguir con mi boca
enredada en tus cabellos".
Imagem: Jorge Coimbra
5 Comentários:
- disse...
-
E eu vi o filme ontem.
Depois vêm me dizer que não existem sinais.
:) - Margarida disse...
-
Eu sei que existem. Se não acreditasse até 2005, passaria a acreditar depois de te encontrar.
- Leonor disse...
-
Adoro o filme. Fez-me repensar a vida e depois da morte do meu pai repensei-a de novo, também à luz do filme. Não sei se isto faz muito sentido.
- Gláucia disse...
-
Papalagui,
Pra mim faz todo sentido, porque foi exatamente o que me aconteceu. Sabe aquela hora, no filme, em que ele (Ramón) diz q é verdade q os principais momentos da vida da gente passam como um filme quando se está a morrer? Sabe no que fiquei pensando? Se quem tem Alzheimer também relembra. Se meu pai relembrou. Se ele pensou alguma coisa, lembrou de alguma coisa, de alguma de nós... Pensei muito também sobre a crença q tenho de q ele preferiria ter morrido antes de ficar demenciado e totalmente dependente. Sobre uma dúvida que me aflige sempre: até quando ele foi ele mesmo, o que é ser alguém? Sempre achei a que a noção de ser alguém envolvia necessariamente a existência da memória de si. Mas basta pensar um pouco mais sobre isso pra ver que o argumento não é válido, sob pena de excluirmos da condição de sujeitos os demenciados, os incapazes de raciocínio lógico, etc...
Na verdade, só queria dizer que eu tbém repensei tudo e q isso faz muito sentido pra mim.
Um beijo, - Leonor disse...
-
Gláucia, em relação ao meu pai tenho a certeza de que ele preferiria morrer antes de ter ficado dependente, coisa que durou pouco tempo. Morreu de câncer do pulmão e foi uma morte rápida, felizmente. De resto, quando ele morreu tive a mais estranha das sensações, senti que ele já estava longe e ali tinha ficado apenas o que restou dele. Beijos grandes
5 Comentários:
Me traduziste, Tuquinha.
Beijos. Adorei!
Obrigada, Niña, fico feliz que gostaste. Beijo.
Meu Deus...Tudo a ver comigo. amei menina
Eu tbém adorei esse.Bjos
Quem espera, tanto bate até que fura...
Linda imagem.
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